17 de dez. de 2014

O que não se fala sobre o Porto de Paranaguá – 1ª Parte

Artigo publicado simultaneamente com o jornal eletrônico CORREIO DO LITORAL

Todos nós na vida temos nossos segredos. Nas empresas, corporações e na política, mais ainda.
Mas, pela importância de um porto na vida de trabalhadores e de comunidades que vivem no seu entorno, a transparência do debate é mais do que necessário. Afinal, vidas, projetos pessoais, profissionais e escolhas de presente e futuro se fazem em cima de expectativas… e se essas forem frustradas, há impactos dos mais diversos na vida de uma cidade, pois o comércio, empregos, investimentos pessoais e empresariais que estão vinculados à vida econômica portuária.

Containers: Vocação futura do Porto de Paranaguá? 

Minha coluna vai abrir a série: “O que não se fala sobre o porto de Paranaguá”, e este é o primeiro artigo sobre o tema.

É até redundante falar da importância do Porto de Paranaguá, mas serei repetitivo: gera empregos diretos e indiretos nas cidades do litoral do Paraná, é a terceira saída de exportações do país e principal entrada de matérias-primas de insumos agrícolas, o que faz o Brasil ser potência no agronegócio.

Os fertilizantes, por exemplo: nosso país depende de 70% de insumos importados para produzir os adubos para sua agricultura. Somos fortes mundialmente no campo, mas necessitamos das importações dos nutrientes que fazem nossa soja, milho, trigo e demais produtos agrícolas e serem plantados, colhidos e vendidos ao mundo com preços competitivos.

O Porto de Paranaguá sozinho responde por metade do que entra de matérias-primas pra fertilizantes no Brasil, adquirimos conhecimento, eficiência e produtividade nas operações destes granéis minerais. Sim, somos os melhores na área!

Mas afinal? O que não se fala ao comércio, lideranças locais e não se discute sobre o futuro do nosso porto?
Ora, há um “abafa” sobre um futuro sombrio que se apresenta no nosso horizonte que não é tornado público para a população, empresários e lideranças regionais: nosso porto perde importância relativa no cenário nacional!

Porto de Paranaguá: Crescimento de cargas com maior valor agregado.

Dias atrás a assessoria de comunicação da APPA soltou uma matéria que foi replicada por toda a mídia, local e nacional: “O porto aumentou em 5% a movimentação de carga geral.”
Ora, minhas queridas e competentes jornalistas da Asscom portuária tiram “água de pedra”, pois não há muita coisa pra comemorar.

Mas, o “aumento de 5% na carga geral”, é algo que o povão não entende tecnicamente, mas é uma notícia positiva, embora tenha pouca importância no volume do trabalho portuário, pois os conhecidos “TPAs”, que são os estivadores arrumadores, conferentes, ensacadores, vigias de navios e trabalhadores de bloco só vêm diminuir suas chamadas no OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra), suas rendas e poder aquisitivo.

O próprio OGMO demitiu quase metade de seus colaboradores em Paranaguá: sinal dos tempos.
Os “5% de aumento de carga geral” é positivo, para não ter que noticiar que isso agregou apenas 1% no movimento geral. 

Afinal, a tal carga geral, representa não mais que 20% de tudo que o porto movimenta. As exportações de soja pelo corredor de exportação em 2014 foram terríveis: caiu mais de 50% em relação aos anos considerados ‘normais’, o açúcar que ensacado gera mão de obra e trabalho intensivo na cidade, caiu dramaticamente e o movimento de caminhões no pátio de triagem do porto, é fraco a olhos vistos. Sinal dos tempos!

Mas que tempos são esses? É “culpa da Dilma”? …. como é uma bobagem que está na moda falar. Não, não é culpa da presidente da República, até por que no Paraná há governador, e a Appa é hoje uma empresa estadual, com diretores que têm a obrigação de falar a verdade à cidade o que está acontecendo e quais os cenários futuros.

Novas ferrovias entrando em operação no Brasil: Mudança no mapa logístico.

O que está acontecendo é que o Porto de Paranaguá perdeu em definitivo sua importância no sistema portuária do Brasil. Tenderá a ser um porto regional.

Os grandes “players” logísticos estão se deslocando para outros portos e regiões. A logística ferroviária que a ferrovia Norte-Sul e suas variantes propiciam alteram dramaticamente o jogo, já no curto, médio e longo prazos.

Os grãos produzidos no Brasil Central (Mato Grosso, Goiás e Tocantins) sairão por outras rotas. Hidrovias, ferrovias e portos no norte do país como Itaqui (MA), Itacoatiara, Santarém, Porto do Conde (PA) são novas saídas portuárias.

O novo Canal do Panamá, por exemplo, alterará rotas de navios graneleiros chamados ‘post-Panamax’ que operarão com custos mais baixos e usarão os portos do norte do Brasil para transportarem nossos grãos para os mercados asiáticos.

Ora, então, os grãos acabaram em Paranaguá?
Não, não acabaram. Eles apenas não crescerão mais. Se estabilizarão com as exportações de uma região produtora menor do que no passado. Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia terão Paranaguá como seu porto.

Então o que fazer?
Falar abertamente à cidade, à sua gente com clareza pelos veículos sérios de comunicação do litoral, como o Jornal dos Bairros, de Paranaguá e o Correio do Litoral, de Guaratuba. Por não serem chapa-branca e blindarem as más notícias, falam a verdade e são transparentes, como gosto de ser.
Na próxima coluna continuarei este tema…. mas desde já, fique ligado.

Esta é a Minha Opinião!

12 de dez. de 2014

ESTALEIRO BRASILEIRO PARA CONSTRUÇÃO DE SUBMARINOS


Fonte: Site Planalto.gov.br - Estaleiro de submarinos

Sexta-feira, 12 de dezembro de 2014 às 16:00

Estaleiro de construção de submarinos vai gerar mais de 40 mil empregos até 2021

O prédio inaugurado pela presidenta Dilma Rousseff na manhã desta sexta-feira (12) faz parte de um complexo que terá investimento de R$ 23 bilhões pelo Prosub em 15 anos. Até lá, estão previstos 9.000 empregos diretos e 32.000 indiretos, com a participação de 600 empresas nacionais, promovendo a geração de emprego na região de Itaguaí. Na construção e projeto dos submarinos convencionais e com propulsão nuclear, serão cerca de 5.600 empregos diretos e 14.000 indiretos.
"Para a cidade foi muito bom porque criou muito emprego. Antes não tinha trabalho. Tinha que trabalhar fora do estado, agora estou feliz de poder trabalhar na minha cidade", comenta Arimatéia, carpintarista na obra. Foto: Gabinete Digital/PR.
“Para a cidade foi muito bom porque criou muito emprego. Antes não tinha trabalho. Tinha que trabalhar fora do estado, agora estou feliz de poder trabalhar na minha cidade”, comenta Arimatéia, carpintarista na obra. Foto: Gabinete Digital/PR.
O Complexo tem também o programa Acreditar focado na região de Itaguaí, com cursos de formação realizados no próprio canteiro de obras para se trabalhar no empreendimento. Já foram formados 438 profissionais nas atividades de soldador, carpinteiro, eletricista, pedreiro, montador, armador e ajudante. Os programas oferecem ainda aulas de inglês e informática, com cerca de 200 alunos.
É o caso de Luciana da Silva Ribeiro, soldadora. Ela foi uma das formadas nos cursos ofertados e já trabalha no empreendimento. Luciana fala da oportunidade profissional que “abraçou”.
"Fiz o curso de solda aqui mesmo, me profissionalizei", disse Luciana Ribeiro. Foto: Gabinete Digital/PR.
“Fiz o curso de solda aqui mesmo, me profissionalizei”, disse Luciana Ribeiro. Foto: Gabinete Digital/PR.
“Profissionalmente é uma oportunidade que temos que abraçar. Fiz o curso de solda aqui mesmo, me profissionalizei. Pretendo continuar até o final”, comemorou.
Arimatéia Vaz (57), e Alexandre Vaz (37), pai e filho, são carpintarista e motorista na obra, respectivamente. Ambos moram em Itaguaí (RJ) e avaliam o empreendimento como melhor na qualidade de vida da população da cidade, por não precisar se deslocar para fora do estado atrás de emprego.
“Para a cidade foi muito bom porque criou muito emprego. Antes não tinha trabalho. Tinha que trabalhar fora do estado, agora estou feliz de poder trabalhar na minha cidade”, comenta Arimatéia.
Simone Couto, auxiliar de topografia, está trabalhando na obra há um ano e quatro meses. Ela fala entusiasmada sobre trabalhar na construção de um submarino. “Eu gosto de trabalhar aqui. Construir um submarino é uma novidade. Quando vi um pela primeira vez, fiquei encantada”, disse.