21 de mai. de 2011

GAZETA DO POVO: Porto de Paranaguá perde participação na exportação de soja

O jornal GAZETA DO POVO em sua edição de 16 de maio de 2010, confirmou que a safra 2010 gerenciada pela APPA na gestão do então Superintendente Daniel Lúcio O. de Souza foi de: MAIOR em volume, MENOS FILAS de caminhões e com MAIS CHUVAS no período.

Isto prova que a questão é gerencial, como mostraremos em matéria técnica que estamos elaborando. Mas, vamos à matéria e análises do competente Engº Nilson Ranke Camargo da FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná:


Volume de soja e farelo exportados pelo terminal paranaense caiu 10,9% na comparação do primeiro quadrimestre de 2011 e 2010. A quantidade de chuva, principal causa de inoperância apontada pela Appa, não aumentou no período

Apesar de manter a liderança como maior porto exportador graneleiro do país, o volume de soja exportado pelo Porto de Paranaguá no primeiro quadrimestre de 2011 apresentou redução de 10,9% na comparação com o mesmo período de 2010. As quedas de volume ocorreram tanto na soja em grão quanto no farelo, apontam dados da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

De acordo com o órgão, essa retração foi causada pela grande incidência de chuvas nos meses de fevereiro e março, porém o volume de chuvas no período de 1º de março a 11 de maio, quando a movimentação no porto cresceu, foi quase 5% menor. Nesse mesmo período, a ocorrência de fila de caminhões na rodovia que segue ao porto cresceu 27,5%.
 
O terminal também registrou queda nas exportações de soja e farelo na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2011 e 2010, com base no volume total exportado pelo país, de acordo com dados da balança comercial do agronegócio brasileiro, divulgados pelo Ministério da Agricultura.


No caso da soja, em 2010 cerca de 24% da produção nacional foi exportada pelo porto paranaense contra 23% em 2011. Com o farelo, a queda foi maior: de 44% do total exportado pelo país em 2010 para 36% neste ano.

Para Nilson Ranke Camargo, engenheiro agrônomo do departamento técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a redução no volume de soja exportada em 2011 é um fenômeno isolado e não deve ser interpretado como tendência. “Quando iniciamos o processo de exportação e já tínhamos uma demanda grande para ser remetida pra Paranaguá, houve o problema da chuva [na primeira quinzena de março] que afetou as estradas e a carga ficou retida”, analisa.


Entre janeiro e abril de 2011, foram exportados 1,9 milhão de toneladas de soja e 1,4 milhão de toneladas de farelo, contra 2,1 milhões de toneladas de soja e 1,6 milhão de toneladas de farelo em 2010. Em abril, foi encaminhado 1,1 milhão de toneladas de soja pelo terminal, o maior volume registrado em um único mês na história do porto.

Apesar dos resultados inferiores ao de 2010 no quadrimestre, a expectativa da Appa é de que a movimentação de granéis pelos portos paranaenses cresça entre 10% e 15% neste ano.


Chuva

Segundo a Appa, a chuva é a principal causadora da redução no nível de exportação. No entanto, um levantamento feito com base na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Paranaguá revela que no período entre 1º de março e 11 de maio – quando o volume de carga exportada cresceu – o número de dias com chuva foi igual em 2010 e 2011 e ainda houve uma redução no volume de precipitação. Nos dois anos, o órgão registrou 43 dias chuvosos no período. Em 2010, o volume foi de 797,2 mm contra 759,3 mm neste ano.

Camargo acredita que, se não fosse o problema causado pela chuva, que deixou a BR-277 totalmente interditada por quase três dias, o volume de soja exportado seria maior. “Manteríamos a média de 2010 ou exportaríamos mais. Esse ano, em função da melhora do preço da soja em relação ao ano passado e como o produtor tem um prazo para colocar a carga no porto a partir do momento em que ele negocia a entrega, o prazo de movimentação deve ser estendido, o que faz com que a exportação continue por um período maior”, explica.


Transporte

A formação da fila de caminhões nas rodovias que levam ao porto no período da safra é um problema recorrente do terminal paranaense. Segundo a Appa, cerca de 70% da carga que chega ao terminal de Paranaguá vem de caminhão. Com o atraso no embarque das mercadorias por causa da chuva, em maio, o terminal ainda atendia os contratos relativos ao mês de março.


Os veículos sem cadastro que chegam ao pátio de triagem também contribuem para a formação de filas. O terminal conta com um sistema, chamado Carga Online, que faz o gerenciamento do fluxo logístico dos veículos até o porto. As cargas só são liberadas quando existe local disponível em armazém para receber o produto e navio nominado para receber a carga.

Em 73 dias em 2011, no período de 1º de março a 11 de maio, a Ecovia, concessionária de pedágio que administra a BR-277 entre Curitiba e Paranaguá, registrou a formação de filas de caminhões no acostamento da BR-277 em 51 dias, o que representa uma ocorrência de 69%. Na comparação com 2010, houve aumento, já que no mesmo período do ano passado, a Ecovia registrou filas em 40 dias. A diferença é que nos últimos anos, as filas eram mais curtas e se concentravam na região de Paranaguá, entre os quilômetros 3 e 20 principalmente, e não chegavam até a região da BR-116 no Contorno Leste.

Segundo dados da Ecovia, a quantidade de caminhões que circulam nos dois sentidos da rodovia nos meses de abril e março sofreu pouca alteração em três anos. Em 2009, foi registrada a passagem de 280 mil caminhões em dois meses, contra 296 mil em 2010 e 292 mil em 2011. A concessionária registrou aumento no tráfego de caminhões na comparação dos primeiros 11 dias de maio de 2010 e 2011. Neste ano, houve um crescimento de 30%, passando de 48 mil caminhões em 2010 para 63 mil em 2011.

Segunda a Appa, o fechamento de um dos terminais privados do Corredor de Exportação também influencia a formação de filas. O terminal, que tem capacidade para estocagem de 100 mil toneladas, está fechado por problemas alfandegários com a Receita Federal, o que prejudica a capacidade estática de armazenagem do porto, que é de 1,4 milhão de toneladas.


Alternativa

Para Laudio Luiz Sober, diretor da Transvale e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), o número de caminhões que seguiram para Paranaguá diminuiu sensivelmente este ano em relação a 2010. “Desviamos os caminhões para outras regiões, como São Paulo e Mato Grosso. Além disso, muito do produto foi destinado para atender o consumo interno e acabamos transportando para armazéns dentro do estado”, explica.

Os portos de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e de Santos, em São Paulo, são os principais terminais que recebem as cargas de soja que seriam destinadas a Paranaguá. Para Camargo, o caso mais grave de transferência de carga ocorreu no início da década, quando o terminal paranaense deixou de exportar a soja transgênica. Neste período, os dois portos foram as alternativas encontradas para escoamento e muitos produtores fizeram instalações nestes locais.

Solução

A melhoria na infraestrutura do porto é apontada como fundamental para a mudança no quadro da exportação. Para Camargo, o aumento de profundidade no canal de acesso dos navios, que não precisam diminuir a capacidade de carga para sair, já é um avanço. Ele também cita as dragagens de manutenção que aumentaram a profundidade nos berços de atracação como uma solução emergencial que surtiu resultado.

Para ele, além de aumentar a capacidade de escoamento com mais berços, é fundamental a melhoria nos equipamentos usados para o embarque, como os ship loaders. “A produtividade do porto é baixa. Os equipamentos são muito antigos e nunca foram substituídos”, avalia. Além disso, é preciso reverter a inoperância do porto em dias de chuva. Segundo Camargo, a Faep estuda um projeto para a cobertura dos porões dos navios, o que permitiria o embarque em dias chuvosos.

Fonte: GAZETA ON  LINE, reportagem de Fernanda Trisotto  14/05/2011  00:03
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1125703

19 de mai. de 2011

DOCUMENTÁRIO SOBRE FILA DE CAMINHÕES AO PORTO PARANAGUÁ: UMA VISÃO DO CAMINHONEIRO

Enquanto escrevo uma análise técnica sobre a tão famosa 'fila de caminhões DO porto' de Paranaguá, assista este documentário elaborado pela Federação dos Trabalhadores Rodoviários do Paraná- FETROPAR, publicado pelo site PORTOGENTE.
Vale a pena assistir:





Fonte: http://www.portogente.com.br/comente/index.php?cod=45800

9 de mai. de 2011

PROJETO DA DRAGA PRÓPRIA: DEVE-SE ANALISAR SEM POLITIZAÇÃO

Exatamente há dois anos, a comunidade Portuária de Paranaguá e Antonina celebravam aquilo que seria a redenção da dragagem nos portos do Paraná, a aquisição de uma draga própria, conforme o Governador do Estado determinava em Janeiro de 2009.

O presidente à época do CAP - Conselho de Autoridade Portuária de Paranaguá, Dr. Martinho Cândido dos Santos apoiava o projeto draga da APPA. Profissional com larga experiência em obras públicas, como ex-diretor do DNIT e atualmente coordenador de vários projetos na SEP - Secretaria Especial de Portos.

Na matéria publicada pela APPA há dois anos (http://www.appa.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=327&tit=Presidente-do-Conselho-de-Autoridade-Portuaria-apoia-compra-de-draga-pela-Appa),  Martinho falava um pouco das experiências brasileiras com dragas, desde a extinta empresa estatual CBD - Cia. Brasileira de Dragagem e da PORTOBRAS.

A questão do custo por metro cúbico dragado que poderia reduzir-se à cerca de R$ 4,17 contra os atuais R$ 22,00 pagos em janeiro de 2011, era outra vantagem da draga própria, além do fim da dependência e autonomia total. O tema "falta de dragagem" seria coisa do passado.

Mas , infelizmente a politização por pura e simples oposição ao governo Requião frustrou a conclusão do projeto.

Vamos à matéria:
O presidente do CAP Dr. Martinho Cândido, ladeado (esq.) pelo secretário-executivo Vítor Bernardi (Maio 2009).


A iniciativa do governo do Estado e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) de adquirir uma draga própria para conquistar sua autonomia operacional em relação aos serviços de dragagem de manutenção dos canais de acesso aos terminais ganhou um apoio importante esta semana. O presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Martinho Cândido Velloso dos Santos, manifestou sua aprovação ao projeto “Draga Paraná”, apresentado pela Appa, durante reunião do colegiado. Ele acredita que a proposta paranaense poderá servir de exemplo para outros portos brasileiros.
Santos lembrou que a extinta Portobras – Empresa Brasileira de Portos, na qual trabalhou como engenheiro, teve que adotar projeto semelhante, em relação às dragagens fluviais na região da Amazônia. “Apesar de não ter participado da composição desse plano, nós nos defrontamos com esse mesmo problema, no início da década de 90, e essa estratégia (de comprar uma draga) foi a ‘tábua de salvação’ para garantir, pelo menos, a manutenção das dragagens fluviais no Brasil, senão, nós nem isso teríamos feito”, relatou Santos, que, atualmente, é assessor técnico da Secretaria Especial dos Portos (SEP).

Reunião do CAP (maio 2009) em que a compra da draga teve apoio da comunidade portuária.
Para o especialista em engenharia aquaviária, o projeto Draga Paraná, apesar de audacioso, na forma como que foi elaborado, está muito bem cercado de garantias no que diz respeito à segurança contratual, à execução dos serviços e, também, em relação ao aspecto ambiental. “Acho que é um ato corajoso da administração do porto e do governo do Estado, mas um ato necessário”, acrescentou Santos.

Representantes do bloco dos usuários do serviço portuário no CAP, também, comemoraram a iniciativa, pois veem no projeto Draga Paraná a oportunidade dos portos de Paranaguá e Antonina se tornarem referência no País e ganharem um importante diferencial competitivo. “Eu apóio o projeto de aquisição da draga, pois dessa forma o Porto de Paranaguá vai mudar a sua história e poderá se tornar um dos maiores portos exportadores de grãos do mundo”, defendeu o presidente do Sindicato de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar), Zulfiro Antônio Bósio.
Em Dezembro de 2009, o Dr. Martinho Cândido viajou à China, fazendo parte da comitiva que inspecionou as duas dragas concorrentes na licitação pública. Deixou a presidencia do CAP/Paranaguá em Março de 2010, e Daniel Lúcio de Souza deixou a Superintendência da APPA em Abril 2010. 

Comitiva de inspeção (dez.2009) em viagem à China. 
Draga vencedora da trading SAWA (representante no Brasil Global Connection).

 Draga desclassificada por à época estar ainda em construção no estaleiro ZHEJIANG SHIPYARD (Lin Hai, China. Representada no Brasil pela Interfabric).

4 de mai. de 2011

LICENÇAS AMBIENTAIS 2011: Iniciativas de 2009 começam a dar resultados - Decisivas para portos de Paranaguá-Antonina

Nos meses a seguir de 2011, as licenças ambientais de OPERAÇÃO (L.O.) e PRÉVIAS (L.P.) emitidas pelo IBAMA terão um impacto extraordinário para o futuro dos Portos do Paraná.
O crédito à minha pessoa será apenas extraoficial e em econversas informais de amigos gestores, pois policamente não seria "recomendável" a eles me elogiarem.

Obras poderão ser iniciadas como:
  • Terceiro berço de atracação para conteineres (TCP) poderá ser construído, após esforços que iniciamos em 2009 junto ao CAP, ANTAQ e IBAMA.
  • Dragagens de manutenção e aprofundamentos dos canais de acesso, cais, bacia de evolução.
  • Obra de remodelação do costado do cais que licitei em 2009, mas só agora as obras poderão iniciar.
  • Operação do porto dentro das normas ambientais do IBAMA, sendo um dos primeiros (4º.) porto público, entre os mais de 34 do país, a obtê-la.
Desta forma, Paranaguá poderá:
  • Operar navios de grande porte, como os Panamax, Post-Panamax, Suezmax e Aframax.
  • Se posicionar como importante HUB PORT no Atlântico Sul.
Mas vamos à história:

Em 2009, os Portos de Paranaguá e Antonina estavam prestes a serem embargados pelo IBAMA. Anos de conflito de competências e disputas de vaidades entre o IAP - Instituto Ambiental do Paraná e o órgão federal de quem licenciava o quê, aliada a posição do Ministério Público Federal de Paranaguá de que tudo cabia ao IBAMA, criaram um impasse nos licenciamentos de obras de infraestrutura, dragagagens de manutenção e aprofundamento, funcionamento de terminais como o de Álcool, Fertilizantes e por aí vai.

Foi aí que o então Superintendente da APPA Daniel Lúcio de Souza, tomou a decisão de firmar com o IBAMA e o IAP um TAC - Termo de Ajuste de Conduta, que definiu competências de licenciamento, estabeleceu prazos e cronogramas de ações e início da elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental *EIA), para que de uma vez por todas se legalizasse as operações e obras fundamentais dos portos de Paranaguá e Antonina.

Em Outubro de 2009 o TAC é assinado, e o licenciamento para dragagem de manutenção deu-se em Dezembro de 2010 e para 2011 espera-se o licenciamento final: operacional e aprofundamento de canais e obras de engenharia.

Hoje, graças àquela iniciativa tão criticada (chegando-se ao ponto de tentarem "criminalizar" o TAC firmado) é que os portos do Paraná funcionam com regularidade e poderá implementar o pacote de obras de infraestrutura tão anunciado pela atual gestão da APPA e do Governo Beto Richa.

Meu esforço custou caro a minha imagem, minha honra, minha família e à amigos. Mas a verdade vai aparecendo aos poucos e a vitória será certa no final.


Em 2009, tratativas da APPA com o ministro dos Portos Dr. Pedro Brito (esq.). O presidente do TCP Juarez Morais (dir.) e Silva com Daniel Lúcio (centro)


Vejamos a situação dos demais portos brasileiros, conforme entrevistas e repostagem do site PORTO GENTE a seguir:

Ibama aguarda regularização ambiental dos portos públicos.

A diretoria de Licenciamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que a grande maioria dos portos públicos do País encontra-se em processo de regularização ambiental, além de pleitos relacionados a ampliações, dragagens e obras de manutenção.

Apenas três portos públicos, conforme ainda a diretoria do Ibama, são detentores de Licença de Operação emitida pelo Instituto. São eles: Rio Grande, São Francisco do Sul e São Sebastião.

O Ibama analisa, ainda, outras demandas de terminais privativos, hidrovias e terminais fluviais, aeroportos, recifes artificiais e sistemas de disposição oceânica localizados nos diversos estados da federação, além da demanda gerada pela recuperação da indústria naval do País para o licenciamento de estaleiros.

A diretoria de Licenciamento explica ao Portogente que os principais problemas identificados nos licenciamentos ambientais relacionam-se a conflitos de interesse de usos múltiplos dos recursos naturais.

“No processo de licenciamento ambiental geralmente são impostos questionamentos referentes ao componente ambiental estratégico aplicado ao planejamento das políticas públicas nas diversas esferas. Por exemplo: a carência de consolidação de instrumentos de uso e ocupação do solo e dos recursos naturais. Verifica-se também a dificuldade de integrar as avaliações de impactos nos diferentes processos de licenciamento, particularmente naqueles portos onde convivem diferentes empreendimentos/atividades com empreendedores públicos e privados cada qual com seus processos de licenciamento ambiental”.

A diretoria do Ibama observa que ainda persiste em alguns segmentos da sociedade uma visão um tanto quanto cartorial do licenciamento ambiental, acarretando estudos mal feitos, condicionantes não cumpridas, e, na esteira desses problemas, vem a judicialização dos processos.

Nas avaliações e análises realizadas pelo Ibama nos estudos ambientais recebidos, são identificados inúmeros impactos socioambientais. No meio socioeconômico, geralmente são observados impactos diferenciados para grupos sociais também diferenciados.

Portos públicos têm imensos passivos ambientais, afirma diretora do Ibama

Gisela Damm Forattini, da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica nesta entrevista ao Portogente as razões que levaram tantos portos públicos a operarem sem licenças ambientais regularizadas. Ela diz que muitos dos terminais localizados na costa brasileira apresentam imensos passivos ambientais.

Portogente - Vocês falam que na maioria dos portos públicos não tem o processo de licenciamento totalmente regularizado. Por que esses portos ficaram tanto tempo operando sem licenciamento?

Gisela Forattini - A legislação ambiental no Brasil é relativamente nova. A maioria dos portos públicos no Brasil foi criada em período anterior a esta legislação. Estes portos, em sua maioria, são anteriores, por exemplo, à promulgação da Lei 6938/81 que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente e criou o Conselho Nacional de Meio Ambiente, o CONAMA. Alguns são anteriores ao Ibama e ao Ministério do Meio Ambiente. Outros antecedem, inclusive, à Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema), criada em 1971. Em 2002 foi promulgado o Decreto nº 4.340 que determina, em seu artigo 34, que “os empreendimentos implantados antes da edição deste Decreto e em operação sem as respectivas licenças ambientais deverão requerer, no prazo de doze meses a partir da publicação deste Decreto, a regularização junto ao órgão ambiental competente mediante licença de operação corretiva ou retificadora.”

Portogente – Quais são os prazos para conclusão desses licenciamentos e o que fazer com os impactos ambientais?

O prazo para conclusão deste procedimento ficou em aberto; isto leva a que diversos empreendimentos em atividade se encontrem ainda “em processo de regularização”. Evidentemente isso não explica tudo. Muitos empreendimentos apresentam imensos passivos ambientais a serem enfrentados e isto, na maioria das vezes, demanda algum tempo, principalmente para a definição de medidas mitigadoras ou compensatórias adequadas.

Portogente - Existem solicitações de licenciamento ambiental para projetos portuários privativos?
Sim, inúmeros.

Portogente - Quais os licenciamentos portuários que tramitam hoje no Ibama?
Segundo nossos dados, relativos a 2010, dos 1.675 processos hoje em tramitação no Ibama, 82 são relativos à portos e destes, oito são obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Finalmente, parabenizo minha equipe de gestão ambiental por esta vitória que é NOSSA, apesar do sangue, suor e lágrimas que deixamos pelo caminho.
Eng. José Maria Moura Gomes, Dra. Maria Alejandra Fortuny, Biól. Fabíola Della Giácoma, além contratação dos estudos realizados pela ACIAP - Acquaplan Consultoria que culminou nestas conquistas.

Fontes:

Repostagens de Vera Gasparetto, de Florianópolis/SC

1 de mai. de 2011

A maior dragagem dos últimos 20 anos em Paranguá: Canal da Galheta

Assinatura do contratato de dragagem com a empresa SOMAR (RJ). Governador Requião e diretores da empresa Ao fundo o superintendente da APPA Daniel Lúcio (Janeiro 2009).

Para que a memória curta não seja traída pelo tempo, estaremos relembrando alguns momentos históricos dos Porto. s do Paraná, em que a ação determinada salvou-nos do colapso operacional e econômico.


Vamos relembrar a maior dragagem da história do Canal da Galheta após sua construção nos anos 70. A dragagem realizada em 2009 na gestão do Superintendente Daniel Lúcio O. de Souza, em um dos momentos mais críticos dos portos de Paranaguá e Antonina, que estava à beira do seu fechamento.

 Governador Roberto Requião e superintendente da APPA Daniel Lúcio O. de Souza (Janeiro 2009), no evento de assinatura do contrato de dragagem emergencial do Canal da Galheta / Porto Paranaguá

A união da APPA, Governo do Paraná e a Comunidade Portuária, impediu a catástrofe, embora tenha sido impedida por agentes à serviço de políticos inescrupulosos (hoje envolvidos em escandalos na Assembléia Legislativa do Paraná).


Presidente da ACIAP Yahia Hamud, apoio fundamental e decisivo para a dragagem emergencial do Canal da Galheta.

A Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), juntamente com outras 14 entidades da comunidade portuária paranaenses, divulgaram carta de apoio à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e ao Governo do Paraná para a realização da dragagem de emergência no Canal da Galheta.

Abaixo, íntegra da manifestação que foi encaminhada ao ministro de Portos, Pedro Brito, ao governador Roberto Requião, aos juízes de Paranaguá, ao capitão dos Portos do Paraná e ao presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, deputado Nelson Justus. O documento também foi encaminhado aos representantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal em Paranaguá.

“As Autoridades Municipais Constituídas e Entidades signatárias, interpretando as preocupações de toda a comunidade portuária e econômica de Paranaguá, respeitosamente vêm à presença de Vossas Excelências a fim de expor e relatar o que segue, tendo em vista a questão da dragagem emergencial no Canal de Acesso ao Porto de Paranaguá.

Superintendente Daniel Lúcio dando palestra aos deputados paranenses na sede da APPA sobre a dragagem (Maio 2009)

A matéria foi objeto da Deliberação n. 0001/2008 do Conselho de Autoridade Portuária do Porto de Paranaguá (cópia anexa), colhida por unanimidade dos Conselheiros, para prestar SOLIDARIEDADE à Autoridade Portuária no momento de dificuldade e oferecer-lhe apoio técnico e fazer gestões junto às Autoridades Federais no sentido de aprovar o mais rápido e eficaz mecanismo de contratação de companhia de dragagem, respeitada a legislação em vigor.

O conteúdo dos Considerando e a respectiva Resolução representam o pensamento da Comunidade Portuária, reiteradamente colhida em reuniões das Diretorias das Entidades signatárias.

De fato, a situação do Canal de Acesso é crítica, merecendo intervenção emergencial. A APPA tem constatado a dramática redução da profundidade e da largura do Canal, de forma que se afigura a proximidade de colapso.

Draga HAM 310 na asua atracação em Paranaguá (Janeiro 2009). Momento de alegria e alívio na comunidade portuária.
O Porto de Paranaguá é responsável por aproximadamente 10% das exportações brasileiras. Eventual problema na navegação trará graves conseqüências para a Nação e particularmente para a indústria e agricultura paranaenses.

As Entidades signatárias têm acompanhado os esforços do Governo do Estado do Paraná e da Autoridade Portuária no sentido de efetuar contratação de dragagem a preços que entende adequados.

Temos de considerar que o investimento em dragagem neste momento é vital, independentemente de custo. A variação de preços é irrelevante frente aos prejuízos que a interdição do Canal de Acesso ao Porto pode trazer à Economia Nacional. Neste momento a necessidade de dragagem sobrepõe-se a qualquer obstáculo.

Por essas relevantes razões as Autoridades Municipais Constituídas e a Comunidade Portuária representada pelos signatários deste documento, entendem que se trata de situação de urgência de atendimento de situação que com certeza ocasionará prejuízo a toda a Nação Brasileira, caso a dragagem não se realize.

Daí a nossa solidariedade com a contratação emergencial feita pela APPA. Qualquer obstáculo trará prejuízos incalculáveis e irrecuperáveis para toda a economia regional e nacional.

É importante ressaltar que os preços de dragagem são públicos, razão pela qual não se afigura a possibilidade de qualquer distorção.

A gravidade da situação não comporta a mínima postergação, razão pela qual entendemos oportuno e apropriado relatar a Vossas Excelências o pensamento de toda a Comunidade Política, Sindical e Empresarial, em respeito absoluto ao Poder Judiciário e ao Ministério Público do Estado e da União.

Atenciosamente

Yahia Hamud – Presidente da ACIAP
Antonio Ricardo dos Santos - Presidente da Câmara Municipal de Paranaguá
Juarez Moraes e Silva - Presidente da ABRATEC
Victor Manuel Simões Pinto – Presidente do SINDAPAR
Wilson Morais da Silva - Presidente do SINTRAPORT
Ademir Scomassom - Presidente da Intersindical
Cristian César de Oliveira – Presidente do Sindicato dos Consertadores de Paranaguá
Antonio Carlos Bonzato – Presidente do Sindicato dos Estivadores de Paranaguá
Geremias Thomaz de Souza - Presidente do Sindicato dos Arrumadores de Paranaguá
José Marcos Prieto Fernandes - Presidente do Sindicato dos Conferentes de Paranaguá.
Élcio Leonel Domingues – Presidente do Sindicato do Bloco de Paranaguá.
Pedro Henrique Martins – Presidente do Sindicato dos Vigias Portuários de Pguá.
José Pereira de Jesus - Presidente da Cooperativa de Transportes de Cargas e Anexos
Armando Hamud Hamud - Presidente do Sindicato dos Lojistas de Paranaguá
Ednon Fernando Zacharias - Presidente da Coopadubo

 Deputados paranaenses (Douglas Fabrício, Scomasson e Marcelo Rangel ) com o superintendente da APPA Daniel Lúcio (Maio 2009).