27 de abr. de 2012

Porto de Paranaguá: 1,5 milhões de contêineres a partir de 2013

INÍCIO DO PROJETO - Em 2008 o Terminal de Contêiners de Paranaguá (TCP) apresentava à Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) seus planos de expandir sua área arrendada e a construção de um novo berço de atracação dedicado a contêineres além dos dois já existentes.

No final de 2008, o então Superintendente da APPA Daniel Lúcio O. de Souza e o  Diretor-Presidente do TCP Juarez Moraes e Silva encaminharam para aprovação do Conselho de autoridade Portuária (CAP) que o aprovou, e na seqüência, foram à Brasília para apresentar à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) o projeto aprovado e solicitar autorização à obra de expansão, o que ocorreu em 2009.

Superadas estas etapas, viria o grande desafio: Licenciamento ambiental. IBAMA ou IAP?

O TCP contratou consultorias para os procedimentos, que chegaram a um ponto de difícil superação, pois o IBAMA considerava que o novo berço público para contêineres, embora fosse custeado pelo próprio TCP, fazia parte do licenciamento global dos Portos do Paraná e trataria o tema como tal, além de não admitirem que o IAP - Instituto ambiental do Paraná tivesse competência para licenciá-lo, contrariando a Resolução Conama 237... mas esta é outra estória.

Terminal de contêineres do porto de Paranaguá: à esquerda, os atuais dolphins serão substituiídos pela expansão de mais 315 metros de cais (3º berço).

No final de 2009 assinamos um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), onde APPA, IBAMA e IAP acordavam com o licenciamento por Brasília com base nos requisitos estabelecidos pelo órgão ambiental federal.

A partir de Dezembro de 2009 a APPA e sua equipe acelerou os trabalhos ambientais com a parceria ajustada com o TCP para que o EIA/RIMA do porto contemplasse as obras de expansão, dragagens, gestão de resíduos entre outros programas.

Com a saída de Daniel Lúcio da Superintendência da APPA em abril de 2010 estes trabalhos foram interrompidos, até que o IBAMA interditou o porto de Paranaguá em julho daquele ano por descumprimento do TAC.


A Associação Comercial de Paranaguá (ACIAP) na presidência de Yahia Hamud, coordenou um mutirão financeiro para que a comunidade portuária financiasse os estudos ambientais e contrataram a consultoria Acquaplan Ltda., que já estava trabalhando para o TCP.

A partir do final de 2010, a licenças por parte do IBAMA começaram aos poucos ser emitidas:  dragagem de manutenção dos berços, no final de 2011 a dragagem de manutenção dos canais de acesso e agora a obra de expansão do cais de contêineres.

Portanto, a notícia que se segue, é fruto de intenso trabalho iniciado e continuado nas várias gestões da APPA, que colocará o porto de Paranaguá em posicionamento de destaque na operação de contêineres no Brasil.

A NOTÍCIA DO LICENCIAMENTO PELO IBAMA E INÍCIO DAS OBRAS


O governador Beto Richa e a direção do Terminal de Contêiners de Paranaguá (TCP) anunciaram em 26 de abril de 2012, em Curitiba, a construção do terceiro berço de atracação do terminal privado no Porto de Paranaguá. Serão construídos 315 metros de cais que permitirão a ampliação da capacidade operacional do terminal para 1,5 milhão de contêineres por ano, a partir de 2013. 

As obras terão início imediato, com prazo de conclusão de 14 meses. “Esta é a maior obra no Porto de Paranaguá nos últimos 14 anos e representa um passo muito importante em nossa estratégia de ampliar a capacidade e modernizar o porto, para facilitar as operações das nossas indústrias e do agronegócio, trazendo ganhos para todos os paranaenses”, disse o governador.

O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, disse que com o terceiro berço dedicado a contêineres será possível aumentar a produtividade do Porto de Paranaguá. Segundo ele, o TCP já é um dos mais modernos terminais da América Latina. “Com esta expansão teremos um terminal ainda mais moderno e com capacidade para ampliar a movimentação em Paranaguá”, disse Dividino.

Navios de grande porto como o Cosco Vietnam operação regularmente em Paranaguá com ampliação do cais e aprofundamento dos canais de acesso.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu na quarta-feira (25) a licença de instalação para o início da obra. A autorização foi obtida após a realização de um estudo de impactos ambientais (EIA-RIMA), atendendo a todas as exigências do Ibama e das entidades responsáveis.

“Esse licenciamento é fruto de um trabalho de profunda relevância técnica, contemplando todos os aspectos sócios, econômicos e ambientais da área afetada. É uma obra da maior relevância e trará melhorias e ganhos de eficiência, qualidade para toda a cadeia produtiva localizada na área de influência do Porto de Paranaguá”, afirma Juarez Moraes e Silva, diretor-superintendente do TCP.

INVESTIMENTOS - O secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, explicou que a construção do novo berço do TCP é parte de um conjunto de ações que trará uma nova realidade para o Porto de Paranaguá, com receberá novos investimentos do Estado, do governo federal e da iniciativa privada. “Vamos aumentar a produtividade e dobrando a capacidade de carga e descarga dentro de uma mesma área com a troca de equipamentos antigos por novos e por meio do repotenciamento do corredor de exportações”, disse Richa Filho.

O secretário lembrou ainda que outros investimentos estão sendo feitos para aumentar a capacidade do porto, como a dragagem de manutenção, que foi anunciada pelo governador há duas semanas e deve ser iniciada nos próximos 30 dias. A obra vai possibilitar a movimentação de navios em dois caminhos no canal de acesso, para entrada e saída. “Esta operação hoje está restrita devido ao assoreamento do canal”, explicou. O plano de dragagem contratado prevê a manutenção do canal acesso por um período de cinco anos, como era feito no passado. 

Novos portainers post Panamax adquiridos pelo TCP, proporcionam a Paranaguá possibilidades de aumento de produtividade.


CRESCIMENTO – A ampliação do terminal de contêineres faz parte de um plano de investimentos iniciado pelo TCP em 2011, que abrange também a compra de equipamentos e a melhoria dos processos do terminal. A empresa estima realizar um investimento de R$ 250 milhões.

Segundo Moraes e Silva, com novos equipamentos já em funcionamento a produtividade do TCP passou de 35 mph (movimentos por hora/navio) para mais de 60 mph neste mês de abril, possibilitando um crescimento na movimentação de 16% em relação ao primeiro trimestre de 2011.

Para ele, a maior eficiência possibilitará aos armadores, importadores, exportadores e transportadores expressivas reduções de tempo e custo quando da utilização dos serviços no Terminal, tornando o Porto de Paranaguá ainda mais competitivo.

Com a modernização dos equipamentos, a expectativa é passar de uma média de 800 mil TEUs/ano (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), movimentados em 2011, para 1,2 milhão de contêineres, ainda em 2012.

Com a implantação do terceiro berço, a capacidade do TCP deve chegar em 1,5 milhão de TEUs/ano em 2013, com perspectiva de dobrar a capacidade atual de receber navios, que é de 850 embarcações por ano.

FONTES: Comentários iniciais do autor e reprodução da notícia do site oficial da APPA

20 de abr. de 2012

Portos de Paranaguá e Antonina: "Governo contrata dragagem do canal de acesso aos portos paranaenses"

O governador Beto Richa homologou a licitação aberta pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para as obras de dragagem dos pontos críticos do Canal da Galheta, que dá acesso aos dois terminais portuários.  No dia 18/04/2012 foi assinado o contrato com a empresa DTA Engenharia, que venceu a licitação. A empresa tem até 45 dias para mobilizar o equipamento e dar início aos trabalhos, que tem duração prevista de seis meses.


Assinatura do contrato de manutenção de dragagem dos canais de acesso aos portos de Paranaguá e Antonina - em 18 de abril 2012 - três anos após a dragagem de 2009 na gestão do superintendente Daniel Lúcio O. de Souza.

Richa disse que as obras de dragagem abrem um ciclo de novos investimentos na melhoria do porto e devem ampliar a capacidade de movimentação de cargas, que no ano passado chegou a um recorde de 41 milhões de toneladas. “A dragagem vai garantir maior capacidade de exportar riquezas e importar produtos. Em breve vamos anunciar novos investimentos para modernização dos equipamentos do porto de Paranaguá, como esteiras, ship loader e obras de ampliação”, disse Richa. “Todos os paranaenses ganham com isso”, afirmou.

O preço inicial máximo previsto para o serviço de dragagem era de R$ 45 milhões. Seis empresas apresentaram propostas e o preço final estabelecido pela vencedora teve uma redução de 20%, ficando em R$ 37 milhões. As obras estão divididas em dois lotes e compreendem a dragagem do Canal da Galheta, partes da bacia de evolução e o acesso ao Porto de Antonina, num total de 3,5 milhões de metros cúbicos a serem dragados.

O superintendente da APPA Luiz Henrique Dividino assina o contrato de dragagem de manutenção dos canais, ao lado do governador do Paraná e do Secretário de Infraestrutura e Logística. Dividino é o terceiro Superintendente que sucedeu Daniel Lúcio O. de Souza (10/2008 à 04/2010).

SEGURANÇA - O superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, explica que as obras irão garantir a segurança da navegação. “A dragagem vai reduzir o tempo de manobras e consequentemente aumentar as janelas de atracação. Por desdobramento, haverá aumento no volume de cargas”, afirmou Dividino.

As obras de dragagem devem ser realizadas constantemente, para conter o assoreamento diário dos canais, provocado pela ação dos elementos naturais na região, onde a movimentação das águas é intensa e promove mudanças no fundo da baía. São duas marés por dia, mais de 730 marés por ano.  “Temos os efeitos das marés de lua (Sizígias), estamos na Zona de Convergência do Atlântico Sul, temos chuvas durante mais de 180 dias por ano e convivemos com os efeitos da La Niña e El Niño. Todos estes fenômenos intensificam o assoreamento na nossa região”, explica Dividino.
Canal da Galheta: porta de entrada aos portos de Paranaguá e Antonina, ligando o mar aberto ao interior da Baía de Paranaguá. Por ser artificial e situar-se sobre bancos de areia, requer manutenção permanente. A Ilha do Mel aparece acima ao lado direito, enquanto a pequena ilhota da Galheta à esquerda é a que deu o nome do importante canal.

Segundo ele, a determinação do governador Beto Richa é buscar soluções de continuidade capazes de assegurar as condições técnicas necessárias à segurança, navegação e desenvolvimento dos portos do Paraná.

FASES - A dragagem é a primeira de três fases do programa de manutenção dos canais de navegação dos Portos do Paraná. A segunda fase será a contratação de serviços de manutenção continuada por 60 meses, evitando assim riscos e restrições à navegação. “Esperamos também a liberação da licença para a terceira fase, que é a dragagem de aprofundamento dos canais, de 15 para 16 metros de profundidade. A partir dela poderemos receber navios de maior porte”, diz o superintendente.

Para o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, a dragagem é um passo fundamental para a execução dos projetos de ampliação e modernização dos portos paranaenses. “Não existe porto no mundo que funcione sem dragagem. Perdemos muito tempo sem fazer isso”, afirmou Richa Filho. “O objetivo é suprir todas as necessidades dos usuários dos portos paranaenses, oferecendo plenas condições para o bom uso da infraestrutura portuária.”

O engenheiro Irani Delciste Gonçalves, diretor da DTA Engenharia, empresa que será responsável pela dragagem, disse que a obra é importante para o país e para o estado do Paraná, porque vai deixar o porto com calado apropriado. “Estamos trazendo equipamentos ultramodernos, de grande capacidade de transporte, e vamos cumprir o cronograma de obras, se possível até com antecipação”, afirmou Gonçalves.

De acordo com o executivo, a DTA é também a responsável pela maior obra do plano nacional de dragagem, que acontece no porto de Santos, onde o cronograma está bastante adiantado.
 
FONTE: Agência Estadual de Notícias (Paraná):

10 de abr. de 2012

Por um Brasil Hidroviável


As bacias do Sena (França) e Scheldt (Bélgica/Holanda), percorrendo áreas milenarmente urbanizadas, serão interligadas através de uma nova hidrovia. O projeto, com 114 km de extensão, 3,5 metros de profundidade e 7 metros de altura (para barcaças com pilhas de três contêineres), sete eclusas, é parte do Plano Europa-2050. Quando concluído, viabilizará ligação aquaviária, de cargas e passageiros, entre Paris, Antuérpia, Rotterdam e Londres.

 Europa: Muitas hidrovias que chega ter até "hidroviaduto"!

Essa foi a informação que despertou maiores atenções do concorrido, bem organizado e informativo “II Seminário Brasil-Bélgica sobre Hidrovias” (ANTAQ e Embaixada Belga – Brasília, 2-3/abr/12: apresentações prometidas na página da Agência).

Mas não esteve só: eclusas para desníveis superiores a 100 metros; sistemas para economia de água nas eclusagens; tecnologias mais seguras e ambientalmente mais amigáveis para dragagens e derrocamentos; embarcações e comboios mais eficientes (energética e/ou operacionalmente); experiências de pedagiamento e concessão hidroviária; articulações supranacionais (para implantação de projetos).

Hidrovia Rio Sena - França

Enfim, quem dele participou teve oportunidade de aprender muito ou de se atualizar com o estado da arte no tema. Reforçou também a certeza de que o transporte hidroviário é viável e que tem espaço garantido na agenda do Século XXI (mundial e brasileira; logística e ambiental).

Aliás, nessa linha, apesar de vários questionamentos no próprio evento, animou a todos a perspectiva de “luz-no-fim-do-túnel” dos planos federais irem do discursos à prática. Também a perspectiva de novo impulso, viabilizável pela participação privada: Hermasa, Bertolini, Sartco, Caramuru, e outros pioneiros, fizeram história. Mas a entrada da Vale e Petrobras dará uma outra dimensão e perfil ao setor.

Hidrovia Tietê-Paraná: Uma das poucas infraestruturas operacionais no Brasil.

Todos esses foram destaques do Superintendente da ANTAQ (Tokarski); que, curiosamente, também registrou as limitações à expansão hidroviária enquanto hidrelétricas e eclusas não forem sincrônicas (inclusive no enchimento dos novos reservatórios – algumas vezes, feitas em águas baixas, dificultando a navegação).

 Eclusa na hidrovia-Tietê-Paraná

Das exposições belgas, talvez a maior lição tenha sido a necessidade de integração (um contraexemplo a Tucuruí, eclusa saudada após 30 anos, mas que segue enfrentando dificuldades de navegação, à montante e à jusante, em função dos pedrais): Muito interessante ver-se os projetos serem desenvolvidos considerando-se a navegação, o meio ambiente e uma dezena de ouras funções; diversos atores, governamentais (transnacionais), empresariais e da sociedade; num processo decisório por etapas e envolvendo, desde o nascedouro, os órgãos ambientais.

Um dia chegaremos lá!

  * Frederico Bussinger escreve semanalmente às quintas-feiras no site PORTOGENTE