Dia 29 de Abril de 2015 vai ficar marcado por muito tempo na história do Estado do Paraná, tal como a Cavalaria de Álvaro Dias de 1988.
Já há quem o tenha batizado com o “Dia da Infâmia”. Neste dia, mais de duzentas pessoas feridas, algumas com gravidade, foram humilhadas, surradas e quase massacradas pela força militar do Estado do Paraná a mando de seu governante.
Cidadãos desarmados, contribuintes de impostos, na maioria funcionários públicos estaduais, estavam se manifestando como em qualquer democracia, contra a votação do projeto de lei que altera profundamente o patrimônio previdenciário do funcionalismo público estadual. Na sua maioria homens e mulheres professores!
Embora eu seja absolutamente contra a possibilidade do poder executivo se utilizar da poupança para pagar os atuais e futuros aposentados do serviço público, não vou entrar no tema, pois técnicos e juristas renomados sobre o assunto já se manifestaram contra esta ilegalidade. Então, vamos aos professores e cães pittbulls!
O que aconteceu no Centro Cívico de Curitiba, capital do Paraná, foi algo aterrador, só visto em regimes ditatoriais e truculentos em seus últimos suspiros. Raramente em países democráticos. Mais de 200 cidadãos feridos, espancados, com rostos e corpos ensanguentados, muitos estirados na principal avenida do centro do poder estadual.
Além destes, informaram-se que oito pessoas estavam em situação mais séria: foram baleadas, espancadas com fraturas graves, além de mordidas por cães pittbull. Sim! Isso mesmo, os tradicionais cães pastores alemães foram substituídos para aquele evento da cidadania por cães pittbulls, feras treinadas para causar lesões que só psicopatas podem arquitetar.
Este sistema de representação política faliu, e o massacre de #29deAbril2015 mostrou isso: Filhotes da elite trancafiados no parlamento estadual, votando às pressas enquanto as bombas explodiam na frente. Isso é representação com sensibilidade política?
Há claros sinais de comportamentos e ingredientes Neofascistas em tudo isso. Vejamos:
O norte-americano Robert Paxton, autor de “A Anatomia do Fascismo”, destaca sintomas que estão presentes nas atitudes do Governador Beto Richa e seus prepostos.
Vejamos algumas características do Neofascismo:
1. Comportamento político marcado pela preocupação obsessiva com o declínio da comunidade
2. Humilhação
3. Trabalhando colaborativamente com as elites tradicionais
4. Abandona as liberdades democráticas
5. Persegue com todas as formas de violência de forma “sagrada”
6. Sem restrições éticas ou legais de “limpeza” étnica
2. Humilhação
3. Trabalhando colaborativamente com as elites tradicionais
4. Abandona as liberdades democráticas
5. Persegue com todas as formas de violência de forma “sagrada”
6. Sem restrições éticas ou legais de “limpeza” étnica
Vídeos amadores que viralizaram nas redes sociais mostraram de forma terrível, que de dentro do Palácio Iguaçu, edifício público sede do governo do Paraná, assessores do governador Beto Richa, filmavam, riam e se divertiam com o massacre perpetrado por um exército militar, chamado de polícia estadual, armados de bombas de gás lacrimogênio, ou de efeito moral, balas de borracha que ferem, penetram nas carnes e podem até matar.
Dizem que uma das vozes era do governador vibrando com algum golpe policial sobre um cidadão na praça de guerra. Não quero acreditar que isso seja possível.
A mobilização da máquina de propaganda do estado para tentar justificar a tragédia democrática que se abateu no Paraná, chegou ao ponto de culpar senhoras e jovens professores, servidores e cidadãos apoiadores, rotulando-os com os mais absurdos adjetivos, mas com um objetivo final: culpar as vítimas de serem os “agressores”, mesmo desdentados, rostos sangrando, homens e mulheres cadeirantes com olhos ardendo pelo efeito das bombas de gás, cabeças e faces mutiladas e professores estirados no chão desacordados.
O partido do Governador, o PSDB, conhecido nacionalmente por abrigar teses de direita e fortes traços racistas, combinam perfeitamente com os indícios Neofascistas que o escritor Robert Paxton destacou na sua obra.
A sacralização oficial da violência militar contra professores, cães pittbulls dilacerando carnes humanas, cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas que cobriam as manifestações também foram agredidos. Até atiradores de elite estavam no topo de prédios públicos, um deles o do Tribunal de justiça (!): traços do vírus ideológico maldito, que defendido pelo Governo Estadual, tornam ainda mais grave o acontecimento.
Agora, percebe-se que redes de televisão e a grande imprensa paga, receberá milhões de reais dos cofres estaduais falidos, para promoverem uma imensa lavagem cerebral nas massas, pois a truculência fere a imagem da Direita representada pelo partido PSDB que perdeu as eleições presidenciais de 2014 e tenta dar golpes de estado e voltar ao poder em 2018.
A grande mídia paga com recursos que desinvestidos na educação, fará com que a massa e a classe média se alinhem ao que a elite que tomou o poder no Estado e seus aliados financiadores, sejam convencidos de uma coisa: Foram os professores que morderam os pittbulls.
Se os “pittbulls” não forem os pobres cães adestrados, até posso concordar, sim: os professores morderam os pittbulls!
É a Minha Opinião.