5 de nov. de 2009

Aumentado oficialmente o calado do Porto de Paranaguá para 41 pés

Title: Port of Paranagua draft is officially 41 feet now!
O Canal da Galheta, parte oceânica do canal de acesso aos portos de Paranaguá e Antonina teve sua melhor dragagem em décadas. Este reconhecimento técnico, pela remoção de mais de 4 milhões de metros cúbicos de areia e 23 poitas de concreto abandonadas no canal ao longo de mais de 30 anos foi finalmente reconhecido.
Draga em operação no canal da Galheta em Paranaguá em Junho de 2009.
Finalizada em Julho de 2009, a dragagem realizada entre Março-Julho/2009 foi reconhecida pela autoridade marítima, a Marinha do Brasil, com o ato realizado pela Capitania dos Portos do Paraná.
O capitão dos Portos do Paraná, Capitão de Mar-e-Guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios, assinou no dia 06/11/2009 a Portaria nº 80, restabelecendo em 12,50 metros (41 pés) o calado dos navios que acessam os portos de Paranaguá e Antonina pelo Canal da Galheta.

O capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios, assinou nesta quinta-feira (6) a Portaria nº 80, restabelecendo em 12,50 metros o calado dos navios que acessam os portos de Paranaguá e Antonina pelo Canal da Galheta. Da esq. para direita na foto: Superintendente dos Portos do Paraná, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios e o presidente da Associação Comercial de Paranaguá, Yahia Hamud.

A decisão teve por base os resultados da batimetria (medição das profundidades do canal), realizada após a conclusão da dragagem de emergência, encerrada em julho, e que aumentou para, pelo menos, 15 metros a profundidade do canal, ou 41 pés na liguagem internacional.
“Depois da dragagem constatamos que a situação é segura. Para a Marinha, a assinatura dessa portaria demonstra que nos preocupamos com a economia do Brasil e estamos em sintonia com as aspirações da comunidade portuária. Não há dúvida de que a Baía de Paranaguá é um dos lugares mais apropriados do mundo para abrigar um porto. Nós temos o compromisso de tornar esse porto o mais viável e rentável possível para quem o opera”, disse o capitão dos Portos.
A retomada do calado original no Canal da Galheta atende a expectativa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e soma-se à liberação da navegação noturna, anunciada em 19 de outubro. Com a medida, fica revogada a portaria n.º 86, de 4 de setembro de 2008, que impôs restrições à navegação no Canal da Galheta e estabeleceu calado máximo de 11,30 metros para os navios acessarem o Porto de Paranaguá.
Segundo o capitão dos Portos, a diferença de 1,20 m (4 pés) - entre o calado que estava em vigor e o atual que foi restabelecido - representará importante aumento no potencial de carga dos navios. “Em um navio graneleiro, por exemplo, serão 9 mil toneladas a mais de capacidade que os navios poderão carregar e deixar o porto com segurança”, declarou.

A confraternização do superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, o capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios e o presidente da Associação Comercial de Paranaguá, Yahia Hamud pelo aumento do calado do porto de Paranaguá para 41 pés.

A portaria da Capitania dos Portos do Paraná antecipa a homologação das novas condições de navegação do canal da Galheta pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) – órgão vinculado à Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha.

“Com laudos técnicos em mãos sobre os resultados da dragagem e da batimetria, tive elementos que convenceram o vice-almirante Arthur Pires Ramos, comandante do 5º Distrito Naval da Marinha do Brasil, a autorizar a liberação que restabelece as condições normais de navegação”, destacou Rios.

“O dia de hoje é o coroamento do trabalho que temos feito ao longo desses anos para a dragagem do Canal da Galheta. A retomada no calado original de 12,5 metros coloca novamente o Porto de Paranaguá na liderança entre os portos brasileiros e em condições ainda mais competitivas. Nossos navios sairão com carga plena, sem restrições de navegação diurna ou noturna. É o reconhecimento da Marinha de que fizemos um trabalho bem feito e a quem prestamos nosso agradecimento pela atitude cooperativa”, disse o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza.

O Diretor Presidente da Paranaguá Pilots - Serviços de Praticagem, Augusto César Castro Moniz de Aragão Júnior recebeu do capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios uma cópia da Portaria nº 80, restabelecendo em 12,50 metros o calado dos navios que acessam os portos de Paranaguá e Antonina pelo Canal da Galheta.

O diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, estima que o novo calado proporcionará um aumento potencial de 25% na capacidade de carregamento dos navios conteineiros.“Essa notícia é uma das melhores da década pelo que ela representa em relação ao potencial de desenvolvimento do Porto de Paranaguá. À medida que recebemos navios com maior calado, as movimentações vão crescer e nosso ganho de produtividade será maior.

Esses reflexos nós veremos imediatamente, porque o mercado responderá muito rápido. Recebemos mais de 850 navios por ano que, sem dúvida, levarão mais cargas com operações mais otimizadas e menores custos”, frisou Silva.

O vice-presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima (Sindapar), que representa 26 empresas em atividade em Paranaguá, Argyris Ikonomou, afirmou que a retomada do calado original do Canal da Galheta representa um importante avanço para o Porto de Paranaguá. “Vamos ganhar mais clientes e nada melhor para a cidade do que esse progresso e essa euforia em todos os setores. Com o calado de 12,50 metros, o Porto de Paranaguá vai confirmar e afirmar sua credibilidade e para toda comunidade local será muito bom”, disse Ikonomou.

O diretor-superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva recebeu uma cópia da Portaria nº 80, restabelecendo em 12,50 metros (41 pés) o calado dos navios que acessam os portos de Paranaguá e Antonina pelo Canal da Galheta, das mãos do superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza (a esq.) e do capitão dos Portos do Paraná, capitão de mar-e-guerra Marcos Antonio Nóbrega Rios (a dir.)

A economia da cidade de Paranaguá está atrelada quase que totalmente à atividade portuária. São mais de 5 mil trabalhadores portuários avulsos que atuam diretamente nas operações no cais, além dos segmentos conexos, como agências, despachantes, operadores portuários, transportadoras, entre outros.
Em função dessa gama de atividades, que aquecem a economia local, o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), Yahia Hamud, também comemorou o restabelecimento do calado original do Canal da Galheta. “Essa medida representa que muitos contratos para 2010, que estavam em compasso de espera ou de observação e sujeitos à eleição de outros portos, escolham o Porto de Paranaguá. Isso fomenta a geração de emprego e renda para a cidade. Essas são as boas notícias que queremos e destaco a postura pró-ativa do capitão dos Portos do Paraná em buscar o trabalho em conjunto e parabenizo o superintendente da Appa, em superar as críticas e estar hoje colhendo os resultados dessa luta em manter a qualidade do Porto de Paranaguá”, destacou Hamud.

Calado maior do Porto de Paranaguá projetam crescimento de 30% no embarque de grãos na próxima safra

Operadores portuários não têm dúvida de que o fim das restrições de navegação no Canal da Galheta – que dá acesso aos portos paranaenses - trará ganhos em competitividade ao Porto de Paranaguá, principalmente, em relação às operações com granéis sólidos.
O volume de embarques de soja, por exemplo, deve crescer cerca de 30% em relação ao total embarcado este ano, quando já houve um aumento de 20%, no acumulado de janeiro a outubro em comparação ao mesmo período de 2008.
Embarque de soja no porto de Paranaguá: porões sairão com 100% da sua capacidade de carga com o aumento do calado para 41 pés.

A estimativa de crescimento nos embarques de soja é do gerente-geral da Companhia Brasileira de Logística S/A (uma das principais exportadores de grãos por Paranaguá), Washington Viana, e leva mais em consideração a melhoria na parte de navegação do que propriamente a expectativa de aumento de 40% na safra de grãos no próximo ano. Para Viana, a iniciativa da Capitania dos Portos do Paraná, que liberou a navegação de embarcações de até 12,50 metros de calado, nesta quinta-feira (05), irá repercutir de forma positiva na contratação de navios para o ano que vem. “O reflexo imediato dessa medida será a inversão de prêmios em Paranaguá em relação a Santos”, apontou.
Os “prêmios” a que Viana se refere são bonificações nos fretes marítimos estipulados pelos armadores (proprietários dos navios) que, ao dar os descontos, levam em consideração, entre outros fatores, as facilidades que o porto oferece em termos de infraestrutura e logística. Para o executivo, o Porto de Paranaguá, indiscutivelmente, é mais eficiente e tem uma logística mais estruturada em comparação ao Porto de Santos, inclusive, na parte de recepção de cargas pelos modais rodoviário e ferroviário.
Maior calado no porto de Paranaguá propicia redução dos custos dos fretes por tonelada embarcada e aumento do prêmio de Paranaguá superando os pagos em Santos na safra 2008/2009, segundo operadores portuários.
“A combinação de eficiência e operacionalidade do Porto de Paranaguá se soma à parte estrutural e, agora, também, à parte de navegação”, destacou Viana projetando retorno à Paranaguá de cargas desviadas para o Porto de Santos.O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lúcio Oliveira de Souza, calcula que o aumento em volume nas operações com granéis sólidos de um modo geral (grãos e fertilizantes) seja em torno de 20%. Ele explicou que, com a restrição em 11,30 metros no calado para navegação no Canal da Galheta, os navios graneleiros não podiam entrar ou sair do Porto de Paranaguá carregados em sua capacidade plena. “Em média, para cada pé de restrição, deixa-se de carregar 2 mil toneladas”, acrescentou.
Os navios do tipo Panamax, por exemplo, que têm capacidade superior a 50 mil toneladas, poderão aumentar em 10% o volume de carga embarcada.
A importância da draga própria
A compra de uma draga própria vai permitir que a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) faça a manutenção constante dos canais de navegação, evitando, assim, eventuais restrições.

Aquisição de uma draga tipo THSD está sendo finalizada pelos Portos do Paraná.

O processo de aquisição já está em curso. Duas embarcações que estão em portos chineses foram classificadas na concorrência internacional aberta pela Appa. A expectativa do superintendente Daniel Lúcio Oliveira de Souza é de que até o segundo trimestre de 2010, a draga esteja em operação nos portos paranaenses.
Outros investimentos importantes e que consolidarão Paranaguá como um dos principais portos concentradores de cargas da América do Sul são os de remodelação e ampliação do cais e de aprofundamento dos berços.
Essas obras complementarão as ações desenvolvidas pela Appa para melhorar as condições de navegação e de estrutura de atracação, acompanhando a evolução na tecnologia e tamanho dos navios cargueiros. As obras também estão em processo de licitação e devem ser iniciadas ainda este ano.
Fonte: ASSCOM APPA e autor.