Nos últimos sete anos, os portos paranaenses investiram na diversificação de suas cargas, o que no setor se denomina “porto multicarga”. Gradualmente, Paranaguá, por exemplo, se transformou no segundo pólo de movimentação de veículos entre os portos do Brasil.
Depois, alcançou a posição de segundo porto na movimentação de contêineres (conceito TEUs), e líder na de contêineres reefers (frigorificados/refrigerados).
A liderança na importação de fertilizantes já é de alguns anos, operando mais da metade das matérias primas para a produção de adubos que a agricultura do Brasil demanda – ou seja – o frete que leva os grãos aos porto é o que retorna com os fertilizantes para o interior, fazendo que a operação de transporte tenha preços mais reduzidos, apesar da modalidade rodoviária para grandes distâncias ser a menos indicada.
Exportação de carnes congeladas tem no Corredor de Congelados, composto pelos portos de Paranaguá e Antonina a melhor performance do Brasil.
Terminal da Ponta do Félix, em Antonina: Parte importante no Corredor de Congelados.
Agregue-se isto ser o maior porto graneleiro do hemisférios sul, fazendo que soja, farelos, milho e açúcar tenha em Paranaguá o pólo referencial, tanto em custo operacional mais baixo, maior competitividade pela diversidade de terminais, como pela alta produtividade.
A diversidade de produtos atenua a crise
O resultado desse mix de cargas, mostra sua importância no período de crise internacional e impacto severo no comércio exterior brasileiro, senão vejamos:
O volume de produtos exportados pelo Porto de Paranaguá, de janeiro a setembro deste ano, superou em 9,6 % o total embarcado no mesmo período de 2008, segundo do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC). Das mais de 17,7 milhões de toneladas, que foram embarcadas no complexo portuário paranaense, 13,1 milhões de toneladas corresponderam ao volume dos principais granéis sólidos negociados nos mercados interno e externo.
Automéveis: Paranaguá já o segundo pólo de movimentação de veículos do país.
Granéis liquidos em Paranaguá: forte participação na movimentação do porto, estratégico para a refinaria de Araucária e pólo crescente na exportação de etanol.
O presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar), Zulfiro Antonio Bósio, em uma recente discussão sobre a participação do Brasil no comércio internacional, observou que, pela primeira vez, nos últimos 31 anos, as exportações de produtos primários têm superado as vendas externas de manufaturados. “A crise é a responsável pela mudança na pauta de exportações. Isso é, de certa forma, preocupante, pois torna o País mais vulnerável às oscilações dos preços das commodities”, afirmou Bósio ao fazer uma avaliação do cenário nacional.Açúcar ensacado no porão do navio: mais trabalho para a estiva de Paranaguá