30 de out. de 2009

Portos brasileiros no comércio exterior em 2009

Title: Brazilian ports in 2009´s international trade
Portos multicargas

Nos últimos sete anos, os portos paranaenses investiram na diversificação de suas cargas, o que no setor se denomina “porto multicarga”. Gradualmente, Paranaguá, por exemplo, se transformou no segundo pólo de movimentação de veículos entre os portos do Brasil.

Depois, alcançou a posição de segundo porto na movimentação de contêineres (conceito TEUs), e líder na de contêineres reefers (frigorificados/refrigerados).
Contêineres reefers colocam Paranaguá na liderança do ranking dos portos brasileiros no segmento.

A liderança na importação de fertilizantes já é de alguns anos, operando mais da metade das matérias primas para a produção de adubos que a agricultura do Brasil demanda – ou seja – o frete que leva os grãos aos porto é o que retorna com os fertilizantes para o interior, fazendo que a operação de transporte tenha preços mais reduzidos, apesar da modalidade rodoviária para grandes distâncias ser a menos indicada.

Exportação de carnes congeladas tem no Corredor de Congelados, composto pelos portos de Paranaguá e Antonina a melhor performance do Brasil.


Terminal da Ponta do Félix, em Antonina: Parte importante no Corredor de Congelados.

Agregue-se isto ser o maior porto graneleiro do hemisférios sul, fazendo que soja, farelos, milho e açúcar tenha em Paranaguá o pólo referencial, tanto em custo operacional mais baixo, maior competitividade pela diversidade de terminais, como pela alta produtividade.


A diversidade de produtos atenua a crise

O resultado desse mix de cargas, mostra sua importância no período de crise internacional e impacto severo no comércio exterior brasileiro, senão vejamos:

O volume de produtos exportados pelo Porto de Paranaguá, de janeiro a setembro deste ano, superou em 9,6 % o total embarcado no mesmo período de 2008, segundo do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC). Das mais de 17,7 milhões de toneladas, que foram embarcadas no complexo portuário paranaense, 13,1 milhões de toneladas corresponderam ao volume dos principais granéis sólidos negociados nos mercados interno e externo.

Automéveis: Paranaguá já o segundo pólo de movimentação de veículos do país.

Os embarques de açúcar nos primeiros nove meses, com aumento de 42%, continuam puxando a alta, em volume, nas exportações pelo Porto de Paranaguá frente aos resultados obtidos em 2008. No acumulado do ano, foram embarcadas perto de 2,7 milhões de toneladas. Os embarques de açúcar geraram uma receita de US$ 848,9 milhões, o que representou uma alta de 62% em relação a igual período do ano passado.
Soja: forte e tradicional presença no porto de Paranaguá
A segunda maior alta, em volume, nas exportações pelo Porto de Paranaguá, de janeiro a setembro, foi observada nos embarques de soja, que registraram alta de 23,3% na comparação com igual período de 2008. O desempenho nos embarques de milho e farelos – que completam o segmento dos principais granéis sólidos exportados por Paranaguá – também foi positivo, embora um pouco mais tímido: 2,4% e 7%, respectivamente.

Granéis liquidos em Paranaguá: forte participação na movimentação do porto, estratégico para a refinaria de Araucária e pólo crescente na exportação de etanol.

O presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar), Zulfiro Antonio Bósio, em uma recente discussão sobre a participação do Brasil no comércio internacional, observou que, pela primeira vez, nos últimos 31 anos, as exportações de produtos primários têm superado as vendas externas de manufaturados. “A crise é a responsável pela mudança na pauta de exportações. Isso é, de certa forma, preocupante, pois torna o País mais vulnerável às oscilações dos preços das commodities”, afirmou Bósio ao fazer uma avaliação do cenário nacional.

Açúcar ensacado no porão do navio: mais trabalho para a estiva de Paranaguá

O desempenho das exportações pelo Porto de Paranaguá acompanhou o movimento observado no restante do País. No entanto, apesar da queda acentuada em manufaturados - como os veículos (-29,33%), por exemplo, o aumento nas exportações de outros produtos de maior valor evitou um recuo ainda maior na receita cambial.

Os produtos congelados (carnes e subprodutos) se encaixam nesse contexto. Segundo dados extraídos do portal Alice Web, do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), com a soma de US$ 2,147 bilhões, os congelados lideraram a participação na receita gerada pelas exportações por Paranaguá e Antonina, respondendo por 21,9% do total. Foram embarcadas 1,28 milhão de toneladas – 24,9% a mais que no mesmo período de 2008.
Os portos do Brasil diante da crise
Açúcar a granel em Paranaguá: a nova onda nas exportações brasileiras


Ao fazer o comparativo entre os portos brasileiros, o levantamento do MDIC mostra que Paranaguá teve crescimento de 9,6%, em volume exportado, e a menor queda na receita cambial (-11,1%), no acumulado de janeiro a setembro, considerando somente os dez maiores complexos portuários. O Porto de Santos, apesar de ter registrado aumento de 12,6%, em volume, amargou queda de 21,66% em receita, no mesmo período. Ainda no ranking dos dez principais portos, os maiores recuos, tanto em volume (-35,6%), quanto em receita (-44,4%) foram observados em Itajaí.