Há quase dez anos ouço, acompanho e até participei de discussões dentro do governo do Paraná sobre o engordamento das praias erodidas de Matinhos. Muda governo e o assunto volta requentado, sob nova direção e críticas de quem atuou sobre o tema.
Posso testemunhar o seguinte:
No governo, Requião fez algumas e tentativas para equacionar o engordamento das praias. Lembro-me que em 2007 um contrato de dragagem do canal da Galheta firmado pela Administração do Porto de Paranaguá, se pretendia “descarregar” nas praias de Matinhos areia dragada no canal.
Afinal, “se vamos jogar o sedimento dragado em algum lugar, por que não nas praias?”.
A solução parecia simples, mas difícil operacionalização para as dragas, pois a produtividade da draga reduzir-se-ia absurdamente, pois teria que viajar da Galheta para Matinhos, conectar-se a tubos que boiariam em alto mar, serem conectados à draga com tempo bom e bombear a areia para a praia.
Além disso, quem pagaria por estes custos, a APPA ou a SEDU (Secretaria de Desenvolvimento Urbano) através do Programa Paraná Cidade?
Este custo adicional foi equacionado: A SEDU pagaria.
Mesmo assim, a reação do meio portuário, técnicos, geólogos, incluindo o eminente professor Bigarella, foi contrária ao empreendimento e a mídia repercutiu tanto e negativamente esse projeto que foi cancelado, até porque as tensões políticas sobre o governo Requião eram de tal magnitude que “nada era bom”. Até o canal ficou sem dragagem por razões que não cabem hoje aqui (dragamos na minha gestão em 2009!).
Frustradas as expectativas do engordamento à época, a SEDU e sua diretora do Programa Paraná Cidade, a minha amiga e competentíssima engenheira Miriam Kravchychym, continuou com o projeto de engordamento das praias. Licitou e contrataram os estudos técnicos de engenharia, geologia e ambiental e até conseguiu o inimaginável: a delegação por parte do IBAMA (Brasília) do licenciamento ambiental que seria feito pelo IAP. Estava tudo certo para numa outra fase, licitar uma dragagem especial direcionada apenas para o projeto e sem mais envolver o porto.
Confesso que sentia inveja da Miriam, pois o IBAMA negado à APPA em 2009 a delegação de seus pedidos de licenças ambientais através do órgão estadual (IAP).
Mas, aí veio a sucessão do governo Requião e entra Orlando Pessuti em abril de 2010: saio da superintendência da APPA e a Miriam sai do projeto das praias e, não sei mais o que aconteceu.
Quando leio aqui no Correio do Litoral que o ex-secretário Wilson Bley Lipski do governo Pessuti na SEDU critica o atual governo a “voltar à estaca zero” no projeto ao repetir desnecessariamente a contratação de projetos e reinventar a roda que já existia e estava pronto pra fazer e concorrência da empresa de dragagem que iria engordar nossas praias.
Mas, a vaidade dos políticos é maior que o interesse público, afinal, cada um quer colocar “a sua marca” no projeto e o nome na placa de bronze.
O que a tal “gestão anterior” fez não presta, e o que é bom é o atual... Que um dia também será superado.
Portanto, dou razão à indignação ex-secretário na matéria do Correio do Litoral, que traz à tona a forma como se anda pra trás na gestão pública. Alguém está preocupado com os proprietários de casas nas praias atingidas pela erosão do mar? Não. Só o marketing político é que interessa.
Mas o título dessa matéria fala de “águas limpas”? Afinal, cada boletim do IAP sobre a balneabilidade de nossas praias, condena em média 20 locais de nossas praias. Até a “monitoradíssima” Ilha do Mel tem a praia de Encantadas constantemente na lista dos locais impróprios. Vamos incentivar o turismo desse jeito?
Posso testemunhar o seguinte:
No governo, Requião fez algumas e tentativas para equacionar o engordamento das praias. Lembro-me que em 2007 um contrato de dragagem do canal da Galheta firmado pela Administração do Porto de Paranaguá, se pretendia “descarregar” nas praias de Matinhos areia dragada no canal.
Afinal, “se vamos jogar o sedimento dragado em algum lugar, por que não nas praias?”.
A solução parecia simples, mas difícil operacionalização para as dragas, pois a produtividade da draga reduzir-se-ia absurdamente, pois teria que viajar da Galheta para Matinhos, conectar-se a tubos que boiariam em alto mar, serem conectados à draga com tempo bom e bombear a areia para a praia.
Além disso, quem pagaria por estes custos, a APPA ou a SEDU (Secretaria de Desenvolvimento Urbano) através do Programa Paraná Cidade?
Este custo adicional foi equacionado: A SEDU pagaria.
Mesmo assim, a reação do meio portuário, técnicos, geólogos, incluindo o eminente professor Bigarella, foi contrária ao empreendimento e a mídia repercutiu tanto e negativamente esse projeto que foi cancelado, até porque as tensões políticas sobre o governo Requião eram de tal magnitude que “nada era bom”. Até o canal ficou sem dragagem por razões que não cabem hoje aqui (dragamos na minha gestão em 2009!).
Obras costeiras com dragagem são corriqueiras pelo mundo. Dificuldades absurdas no Brasil...!
Frustradas as expectativas do engordamento à época, a SEDU e sua diretora do Programa Paraná Cidade, a minha amiga e competentíssima engenheira Miriam Kravchychym, continuou com o projeto de engordamento das praias. Licitou e contrataram os estudos técnicos de engenharia, geologia e ambiental e até conseguiu o inimaginável: a delegação por parte do IBAMA (Brasília) do licenciamento ambiental que seria feito pelo IAP. Estava tudo certo para numa outra fase, licitar uma dragagem especial direcionada apenas para o projeto e sem mais envolver o porto.
Confesso que sentia inveja da Miriam, pois o IBAMA negado à APPA em 2009 a delegação de seus pedidos de licenças ambientais através do órgão estadual (IAP).
Mas, aí veio a sucessão do governo Requião e entra Orlando Pessuti em abril de 2010: saio da superintendência da APPA e a Miriam sai do projeto das praias e, não sei mais o que aconteceu.
Quando leio aqui no Correio do Litoral que o ex-secretário Wilson Bley Lipski do governo Pessuti na SEDU critica o atual governo a “voltar à estaca zero” no projeto ao repetir desnecessariamente a contratação de projetos e reinventar a roda que já existia e estava pronto pra fazer e concorrência da empresa de dragagem que iria engordar nossas praias.
Mas, a vaidade dos políticos é maior que o interesse público, afinal, cada um quer colocar “a sua marca” no projeto e o nome na placa de bronze.
O que a tal “gestão anterior” fez não presta, e o que é bom é o atual... Que um dia também será superado.
Portanto, dou razão à indignação ex-secretário na matéria do Correio do Litoral, que traz à tona a forma como se anda pra trás na gestão pública. Alguém está preocupado com os proprietários de casas nas praias atingidas pela erosão do mar? Não. Só o marketing político é que interessa.
Mas o título dessa matéria fala de “águas limpas”? Afinal, cada boletim do IAP sobre a balneabilidade de nossas praias, condena em média 20 locais de nossas praias. Até a “monitoradíssima” Ilha do Mel tem a praia de Encantadas constantemente na lista dos locais impróprios. Vamos incentivar o turismo desse jeito?
Engordamento de praias: técnica e tecnologia praticada largamente no mundo. Ao fundo draga "encostada" na orla bombeando areia para a costa.
Engordar praias, captar e tratar esgotos e dar um choque da infraestrutura viária já seria um belo programa de obras para o atual governo do Paraná.
Vamos lá senhores. Menos vaidades e mais ação com os projetos que estão há anos nas gavetas.
É a minha opinião!
Publicado simultâneamente com o Jornal Correio do Litoral (Guaratuba-PR)
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