25 de jun. de 2010

O BRASIL REDESCOBRE SEU MAR

Title: Brazil rediscovers your sea coast

Já faz tempo, dizem que foi no ano 1.500 que tudo começou com a chegada das caravelas portuguesas e nasceu o Brasil, pelo mar.

Até os anos 60, tínhamos uma cabotagem pujante, tempos de “pegar um Ita no norte” e migrar pro sudeste, pro sul, movimentação de cargas nacionais pela nossa BR marítima que é nossa costa com cerca de 8.000 quilômetros de extensão.

Porto de Antonina: vocacionado para cabotagem, como foi forte no passado.
Mas no final dos anos 50, o rodoviarismo surge, tendo como padrinho o presidente Juscelino Kubitschek, o popular JK. Aí aportaram pelo porto de Santos as máquinas de alemães, italianos, suecos e americanos para construir a indústria automobilística brasileira.

Chegamos a ter um presidente que dizia: “governar é abrir estradas”, e assim se fez.

Porto de Ilhéus - BA: pequenas operações de cabotagem é vocação

O saudoso Lloyd Brasileiro, Navebras e inúmeras empresas brasileiras de navegação foram extintas. As que resistiram foram adquiridas por armadores estrangeiros, como é o caso da Libra e da Aliança.
Nos últimos seis anos, especialmente com o lançamento pela Transpetro do programa de renovação e expansão da sua frota para novos 49 petroleiros fabricados em estaleiros do país, coloca a indústria naval do país como a quinta do mundo em carteira de pedidos e com ótimas perspectiva de longo prazo com a exploração do petróleo do Pré Sal. Temos um cenário firme no longo prazo.

Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em Ipojuca - PE: inaugura nova fase na indústria naval brasileira com o lançamento ao mar do primeiro petroleiro tipo Suezmax da Transpetro.

O modal hidroviário marítimo virou a palavra de ordem, nossos estaleiros não estão aceitando pedidos para entrega em menos de dois anos, novos empreendimentos de grande e pequeno porte estão surgindo ou na mesa de grandes investidores (não é mesmo Eike?!), e a mão de obra especialista do setor já é carente.

A cabotagem fará ressurgir pequenos e antigos portos hoje ociosos e decadentes, pois estarão vocacionados para estas operações, pois os grandes portos fizeram uma corrida em sentido contrário: a busca pelos grandes navios e estão abarrotados e nos seus, limites operacionais, como Santos e Paranaguá.

Pequenos portos como Antonina, Angra dos Reis, Imbituba entre outros, terão oportunidades, inclusive no apoio marítimo às plataformas de petróleo do Pré Sal.
Porto de Imbituba - SC: futuro promissor com a cabotagem feeder

Eu, particularmente, estou coordenando um projeto de cabotagem feeder no sul, os portos pequenos terão trabalho e voltarão a operar no nicho que a cabotagem volta a viabilizar.

Estou otimista: o Brasil, enfim, redescobre seu mar!