Pedro Brito lembrou que as instalações portuárias brasileiras
movimentaram em 2011, 886 milhões de toneladas. Esse número significou um
crescimento de 6,25% em relação a 2010: novo recorde de movimentação. “A
expansão da movimentação dos portos organizados (7%) foi superior à dos
terminais de uso privativo (5,8%)”, detalhou o diretor da ANTAQ.
Pedro Brito em palestra no XIX Seminário Internacional Café Santos (Guarujá-SP)
Brito explicou que a participação dos TUPs na tonelagem de cargas
movimentadas é de 65%. “Tal fato se deve, principalmente, por conta de sua
especialização em movimentação de commodities destinadas ao mercado
externo ou relacionadas ao setor petrolífero”, disse.
O diretor da ANTAQ ressaltou, também, que 2011 foi o segundo ano
consecutivo de crescimento da movimentação de contêineres: avanço de 13,6% em
termos de tonelagem e 15,8% em termos de TEUs.
Porto de Santos
Pedro Brito afirmou, ainda, que, em 2010, o Porto de Santos movimentou 95
milhões de toneladas em 2010. A expectativa é que, em 2024, esse número alcance
230 milhões de toneladas. “Granéis sólidos e carga geral representam os dois
tipos de carga mais movimentadas. O sentido principal é embarque”,
afirmou.
O diretor da ANTAQ enfatizou que é preciso investir na multimodalidade.
“Hoje, há uma grande ênfase nas rodovias”, apontou.
Multimodalidade: O investimento necessário e ressaltado por Pedro Britto no seminário.
Análise
Evidente a precária malha logística e multimodal do Brasil, uma imensa trava no desenvolvimento econômico e competitividade do país.
Exemplos: Por via marítima, um contêiner indo ou vindo da Ásia terá um custo de frete de aproximadamente US$ 1.500,00. Na mão de ida da soja brasileira do interior do estado do Paraná ou Mato Grosso, apenas de pedágio das rodovias federais concessionadas, um caminhão bi-trem pagará cerca de US$ 210,00. Esse custo, portanto, entrará no preço de frete rodoviário interno retirando renda do produtor/exportador.
O país, desde os anos 60, optou pelo rodoviarismo e com o desinvestimento nas empresas empresas ferroviárias públicas levando-as para uma situação de inviabilidade econômica e operacional que justificaram a lógica da privatização do sistema.
O que restou da malha ferroviária do Brasil, foi sendo canibalizada e desativada pela lógica da maximização do capital investido dos concessionários. Executivos e profissionais movidos pela cultura financista das taxas de retorno de curto prazo para satisfazer os investidores de bolsas de valores e fundos de pensão, substituíram há duas décadas uma visão macro e estratégica de expansão e modernização da malha ferroviária em prol do rodoviarismo rápido e fácil.
Portanto, o tão decantado e gasto Custo Brasil, se manifesta em centenas de pontos de análise, entre os quais os modais de transporte, ainda descoordenados e absurdamente caros para a matriz de custo de logística para um país que pretende competir no mercado internacional.
Temos muito trabalho a fazer!
Fontes:
ANTAQ e comentários do blog.