12 de mai. de 2012

Portos Brasileiros: Movimentaram 886 milhões/toneladas em 2011

O diretor da ANTAQ Pedro Brito, participou do XIX Seminário Internacional Café Santos, no Guarujá -SP (09 de maio de 2012), onde proferiu palestra sobre infraestrutura portuária brasileira.

Pedro Brito lembrou que as instalações portuárias brasileiras movimentaram em 2011, 886 milhões de toneladas. Esse número significou um crescimento de 6,25% em relação a 2010: novo recorde de movimentação. “A expansão da movimentação dos portos organizados (7%) foi superior à dos terminais de uso privativo (5,8%)”, detalhou o diretor da ANTAQ.

Pedro Brito em palestra no XIX Seminário Internacional Café Santos (Guarujá-SP)

Brito explicou que a participação dos TUPs na tonelagem de cargas movimentadas é de 65%. “Tal fato se deve, principalmente, por conta de sua especialização em movimentação de commodities destinadas ao mercado externo ou relacionadas ao setor petrolífero”, disse.

O diretor da ANTAQ ressaltou, também, que 2011 foi o segundo ano consecutivo de crescimento da movimentação de contêineres: avanço de 13,6% em termos de tonelagem e 15,8% em termos de TEUs.

Porto de Santos

Pedro Brito afirmou, ainda, que, em 2010, o Porto de Santos movimentou 95 milhões de toneladas em 2010. A expectativa é que, em 2024, esse número alcance 230 milhões de toneladas. “Granéis sólidos e carga geral representam os dois tipos de carga mais movimentadas. O sentido principal é embarque”, afirmou.

O diretor da ANTAQ enfatizou que é preciso investir na multimodalidade. “Hoje, há uma grande ênfase nas rodovias”, apontou. 

Multimodalidade: O investimento necessário e ressaltado por Pedro Britto no seminário.

Análise
Evidente a precária malha logística e multimodal do Brasil, uma imensa trava no desenvolvimento econômico e competitividade do país.

Exemplos: Por via marítima, um contêiner indo ou vindo da Ásia terá um custo de frete de aproximadamente US$ 1.500,00. Na mão de ida da soja brasileira do interior do estado do Paraná ou Mato Grosso, apenas de pedágio das rodovias federais concessionadas, um caminhão bi-trem pagará cerca de US$ 210,00. Esse custo, portanto, entrará no preço de frete rodoviário interno retirando renda do produtor/exportador.

O país, desde os anos 60, optou pelo rodoviarismo e com o desinvestimento nas empresas empresas ferroviárias públicas levando-as para uma situação de inviabilidade econômica e operacional que justificaram a lógica da privatização do sistema.

O que restou da malha ferroviária do Brasil, foi sendo canibalizada e desativada pela lógica da maximização do capital investido dos concessionários. Executivos e profissionais movidos pela cultura financista das taxas de retorno de curto prazo para satisfazer os investidores de bolsas de valores e fundos de pensão, substituíram há duas décadas uma visão macro e estratégica de expansão e modernização da malha ferroviária em prol do rodoviarismo rápido e fácil.

Portanto, o tão decantado e gasto Custo Brasil,  se manifesta em centenas de pontos de análise, entre os quais os modais de transporte, ainda descoordenados e absurdamente caros para a matriz de custo de logística para um país que pretende competir no mercado internacional.

Temos muito trabalho a fazer! 

Fila de caminhões de soja para descarregar no porto: O absurdo e caro "Custo Brasil".



Fontes: 
ANTAQ e comentários do blog.