Mostrando postagens com marcador brazilian ports. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador brazilian ports. Mostrar todas as postagens

14 de mar. de 2009

A COMPETITIVIDADE DOS PORTOS E OS SERVIÇOS PÚBLICOS EFICIENTES

Title: Ports competitivity and eficient public services.

Quando falamos neste blog sobre competitividade dos portos, notamos um importante aumento no volume de acessos, tal a importância do tema. Especialmente quando tratamos de portos públicos, temos que levar em conta que a própria Constituição Federal do Brasil exige que a administração pública leve em conta os princípios de eficiência e economicidade, portanto, também uma obrigação legal por parte dos seus gestores.

Reproduzimos aqui, de forma adaptada, matéria do jornalista Bruno Merlin com o título “Competitividade Depende de Serviços Públicos Mais Ágeis e Eficientes”[1]

O aperfeiçoamento dos serviços públicos, tornando-os mais ágeis e eficientes, é ponto primordial para a melhoria da competitividade nos portos do País, salientou o secretário-adjunto da Secretaria Especial de Portos (SEP), José Di Bella Filho.

Competitividade Depende de Serviços Públicos Mais Ágeis e Eficientes

Em sua apresentação na abertura do seminário “Holanda-Brasil: o Futuro da Logística Mundial”, Di Bella ressaltou, ainda, a necessidade de os portos brasileiros aumentarem a freqüência das rotas internacionais. Somente assim, explicou o ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), será possível diminuir o tempo de espera e o conseqüente demurrage para os usuários dos portos nacionais.


Di Bella também mostrou a relação entre investimentos em infraestrutura e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em ações que já foram realizadas no Brasil e no exterior. Ele espera colaboração do governo holandês e do Porto de Rotterdam, o principal da Europa, para desenvolvimento e aplicação do Plano Nacional Estratégico (PNE) para os portos brasileiros.

Operações em portos podem ter custos reduzidos com melhoria dos serviços públicos e maior freqüência de embarcações

A criação de novos portos também está nessa “pauta estratégica” brasileira. Segundo ele, a SEP está desenvolvendo uma portaria em parceria com a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) para a abertura de novos portos públicos. “Com a criação do decreto 6.620, criamos um tipo de concessão inédita no sistema portuário mundial. É uma concessão que chamamos de cheia, na qual o concessionário constrói e opera o porto, com uma possibilidade real de PPP (Parceria Público-Privada)”.

Custos do frete na competitividade

A redução do custo do frete do transporte marítimo foi outro alvo de apelos do secretário-adjunto da SEP. De acordo com ele, os investimentos em infraestrutura e a melhoria da eficiência da logística nacional, têm retorno financeiro garantido para o País com a redução dos fretes. Isso acontecerá, ele explica, se as hidrovias brasileiras forem incentivadas e desenvolvidas.
Como exemplo, Di Bella apresentou aos holandeses cálculo da SEP que garante que para cada R$ 1 que seja investido na hidrovia Teles-Pires, que dá acesso ao Porto de Santarém (PA), haverá economia de R$ 2,61 no frete do transporte fluvial.
Holanda busca soluções sustentáveis para seus portos

O diretor para Assuntos Marítimos do Ministério dos Transportes, Obras Públicas e Manejo de Água dos Países Baixos, Rob Huyser, destacou no Seminário Brasil-Holanda – O Futuro da Logística Mundial, que aconteceu em Março de 2009, em São Paulo, as oportunidades existentes para o desenvolvimento do setor portuário no Brasil. Para isso, ele citou várias vezes a palavra “inovar” e disse que a Holanda prima por buscar soluções sustentáveis para equilibrar investimentos em infraestutura e preservação do meio ambiente.

Huyser elogiou o governo brasileiro e o classificou de ambicioso, lembrando as ações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). As parcerias público-privadas, tema do debate seguinte, estão, segundo ele, no topo da agenda holandesa. Ele ainda falou de investimentos de empresas holandesas nos estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Os privados também devem buscar a eficiência e menores custos

O mito que deve ser derrubado é de que o 'serviço público é ineficiente', como é eco em qualquer seminário ou conferência portuária patrocinado por empresários brasileiros do setor logístico.

Tarifas portuárias públicas, em média não excedem a 8% do custo global da operação de um navio e embarques nos portos brasileiros.Itens como: Taxas de farol (Marinha do Brasil), praticagem, preços privados de terminais, transportes rodo-ferroviários e suas ineficiências, trabalho portuários avulso (TPAs), impostos municipais sobre serviços, produtividade de terminais e operadores portuários, só como exemplo, não são em geral tornados públicos. Por quê? Pela simples razão que são os patrocinadores destes encontros. É mais cômodo falar mal da "viúva" (governos) do que de si ou de outros muito próximos.

Falar-se de competitividade portuária, deve-se primeiramente retirar-se as máscaras, e todos os integrantes da cadeia logística e dos atores do omércio exterior fazerem suas próprias lições de casa, antes de passar a culpa ao outro ou às autoridades portuárias públicas nacionais.

[1] Publicado no site PORTO GENTE em 02/03/09 e adaptado pelo autor deste blog.

18 de fev. de 2009

O SISTEMA PORTUÁRIO BRASILEIRO

Title: The Brazilian ports system

Porto do Rio Grande (RS), estratégico no sul do Brasil com Paranaguá (PR)

A importância dos portos para o Brasil

Com uma costa de 8,5 mil quilômetros navegáveis, o Brasil possui um setor portuário que movimenta anualmente cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mercadorias e responde, sozinho, por mais de 90% das exportações.

O modal aquaviário possui um dos menores custos para o transporte de cargas no Brasil, perdendo apenas para o transporte dutoviário e aéreo, de acordo com estudos desenvolvidos pela Coppead (Instituto de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ).


O sistema portuário brasileiro é composto por 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais. Desse total, 18 são delegados, concedidos ou tem sua operação autorizada à administração por parte dos governos estaduais e municipais. Existem ainda 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada.
Os portos fluviais e lacustres são de competência do Ministério dos Transportes.

Portos Marítimos - Portos SEP

Dos 34 portos públicos marítimos sob gestão da Secretaria Especial de Portos (SEP) da Presidência da República, 16 encontram-se delegados, concedidos ou tem sua operação autorizada aos governos estaduais e municipais. Os outros 18 marítimos são administrados diretamente pelas Companhias Docas, sociedades de economia mista, que tem como acionista majoritário o Governo Federal e, portanto, estão diretamente vinculadas à SEP.

Ao todo, são sete Companhias Docas, assim distribuídas:

Companhia Docas do Pará (CDP) – que administra os portos de Belém, Santarém e Vila do Conde.
Companhia Docas do Ceará (CDC) - que administra o Porto de Fortaleza.
Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) – que administra os portos de Natal e Maceió, além do Terminal Salineiro de Areia Branca.
Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) - que administra os portos de Salvador, Ilhéus e Aratú.
Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) - que administra os portos de Vitória e Barra do Riacho.
Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) – que administra os portos do Rio de Janeiro, Niterói, Angra dos Reis e Itaguaí.
Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – que administra o Porto de Santos.

A agência reguladora: ANTAQ

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários - ANTAQ, criada pela Lei n° 10.233, de 5 de junho de 2001, é entidade integrante da Administração Federal indireta, submetida ao regime autárquico especial, com personalidade jurídica de direito público, independência administrativa, autonomia financeira e funcional, mandato fixo de seus dirigentes, vinculada ao Ministério dos Transportes, com sede e foro no Distrito Federal, podendo instalar unidades administrativas regionais.

Tem por finalidades:
I - implementar, em sua esfera de atuação, as políticas formuladas pelo Ministério dos Transportes e pelo Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte - CONIT, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na Lei nº. 10.233, de 2001;
II - regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária, exercida por terceiros, com vistas a:
a) garantir a movimentação de pessoas e bens, em cumprimento a padrões de eficiência, segurança, conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas;
b) harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias, permissionárias, autorizadas e arrendatárias, e de entidades delegadas, preservando o interesse público;
c) arbitrar conflitos de interesse e impedir situações que configurem competição imperfeita ou infração contra a ordem econômica.


Porto de Suape (PE), estratégico para o nordeste do Brasil.

SEP: O Governo Federal traçando políticas portuárias

A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP/PR) é responsável pela formulação de políticas e pela execução de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infra-estrutura dos portos marítimos. Compete ainda à SEP/PR a participação no planejamento estratégico e a aprovação dos planos de outorgas, tudo isso visando assegurar segurança e eficiência ao transporte marítimo de cargas e de passageiros.



Porto de Itaquí (MA), um dos 6 portos estratégicos do Brasil, por sua localização no norte do país, ligado ao centro-oeste pela Ferrovia Norte-Sul.

A SEP foi criada por meio da Medida Provisória nº 369/07. Após aprovação pelo Congresso Nacional, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, em setembro daquele mesmo ano, a Lei 11.518, que consolidou o funcionamento da SEP e o novo modelo de gestão do setor portuário com a revogação das leis, decretos-lei e dispositivos legais diversos.

A SEP surge como reflexo da prioridade atribuída pelo Governo Federal ao setor, que movimenta anualmente 700 milhões de toneladas das mais diversificadas mercadorias e responde por aproximadamente 90% do comércio exterior brasileiro. A criação do novo órgão tem, entre os seus objetivos, colocar os terminais portuários brasileiros no mesmo patamar de competitividade dos mais eficientes do mundo, reduzindo assim o “Custo Brasil".

Entre as atribuições e competência da Secretaria está a formulação de políticas e diretrizes para o fomento do setor, além da execução de medidas, programas e projetos de apoio ao desenvolvimento da infra-estrutura portuária, com investimentos orçamentários e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Compete ainda à SEP a participação no planejamento estratégico e a aprovação dos planos de outorgas, tudo isso visando assegurar segurança e eficiência ao transporte aquaviário de cargas e de passageiros no país.

Já quanto às metas estabelecidas pela Secretaria Especial de Portos, destaca-se a elaboração do Plano Nacional Estratégico dos Portos – PNE/PORTOS, que vai priorizar investimentos públicos e viabilizar o conceito dos portos concentradores e alimentadores, tendência operacional verificada mundialmente.

Além disso, a consolidação dos marcos regulatórios do setor, buscando estimular a livre iniciativa e atrair mais investimentos privados, desonerando as cargas tributárias no âmbito das áreas alfandegadas e a disponibilização dos serviços públicos portuários, conforme previsto em lei, promovendo um modelo de gestão pautado por resultados previamente definidos também figuram como objetivos da SEP.

Portos brasileiros estratégicos

O Centro de Excelência em Transportes (Centran) do Ministério da Defesa, é um dos pilares do PNLT – Plano Nacional de Logística de Transporte, que busca integrar as ações do Governo Federal nos investimentos estratégicos na infraestrutura logística brasileira.

Com base em critérios técnicos, foram elencados os seis portos estratégicos para o desenvolvimento do setor:

· Suape – PE
· Itaqui – MA
· Rio Grande – RS
· Paranaguá – PR
· Itaguaí – RJ
· Santos - SP




Porto de Itaguaí (RJ) na baía de Sepetiba, um dos 6 portos estratégicos.

Base de dados: http://www.portosdobrasil.gov.br/ e http://www.antaq.gov.br/