O vazamento de gás na cozinha do restaurante detonou a gambiarra assassina. E então? ... Bum! Explosões, destruições e mortes.
O especulador imobiliário construiu edifícios residenciais pendurados nas encostas de um morro urbano, as “surpreendentes” chuvas de janeiro os fazem desabar como castelos de cartas. Lá se vão vidas, patrimônios familiares e sonhos.
Ah! E os desastres causados pelas chuvas de janeiro de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro que matou mais de 900 pessoas e desabrigou milhares? Alguma novidade sobre a reconstrução e a prevenção? Quase nada.
Os pedreiros obedecem às ordens do cliente e da mocinha sua assistente, quebram umas paredes sem laudo técnico, e coincidentemente, o prédio já há anos cheio de “puxadinhos” desaba em cima dos edifícios vizinhos e...? Mais mortes, sofrimentos e custo social.
Apreendemos a lição com a natureza que há séculos tem seu ciclo conhecido pelos colonizadores da Terra Brasilis? Adotamos medidas preventivas contra danos que os eventos conhecidos e repetitivos nos quais podemos interferir? Não!
Neste mês de janeiro de 2012 tudo se repete, só muda de lugar... Em alguns até se reprisam.
Há algo de novo nas notícias desse tipo em nossa mídia diária? Claro que não.
Na frente da TV às vezes pensamos que estamos assistindo novamente a notícia, mas não, é uma “nova tragédia”.
Lendo o Correio do Litoral, suas matérias e comentários de leitores, fico pensando que não é nada diferente com o vemos Brasil afora e até um certo conformismo por parte de alguns leitores com as generalizadas incompetências.
Sobre o caos no trânsito rodoviário no litoral do Paraná, vejo pessoas relevando o nosso problema porque “a estrada para Bombas e Bombinhas em Santa Catarina”, “... Praia Grande e Guarujá é um caos...” são iguais ou pior.
Se o assunto é lixo não coletado, vendedores ambulantes, esgotos despejados em córregos e rios que vão descarregá-los nas praias, percebe-se também um conformismo e uma “aceitação” do que passou a ser banal.
Possivelmente, os técnicos vão dizer que o surto de águas-vivas que assola algumas de nossas praias e já afugentou criancinhas de seus castelinhos de areia, possa ser por uma combinação de proliferação de bactérias oriundas de poluições urbanas, águas contaminadas de praias impróprias para banho.
Mas, tudo bem: É só observar a sinalização do IAP e dos bombeiros. Não nos irritemos, afinal a praia do Gonzaga em Santos é quase um “esgoto a céu aberto”.
E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade, como diz a música do Lulu Santos. Se nas estradas vemos belos carros de classe média jogando lixo pela janela pelas nossas estradas, não é de espantar que estejam em uma sociedade que está se anestesiando com a banalização das práticas antissociais e ambientalmente incorretas.
As mazelas de nossa região realmente não são muito diferentes de inúmeras regiões do país. Mas, isto não é justificativa para conformismo e aceitação do que é prejudicial às nossas comunidades.
Vamos cultivar o hábito da boa crítica: Aquela que opina e sugere alternativas de melhorias e as fundamenta. Só assim nossos representantes serão questionados e pressionados às melhores práticas.
A mera banalização do caos e a aceitação bovina das incompetências nos coloca no mesmo nível daqueles que chamamos de “políticos incompetentes”, meros retratos de uma sociedade com um baixo nível de exigência.
O prédio que cai, o esgoto na praia, o trânsito caótico, a falta de estrutura viária, a falta de educação, a violência e outras mazelas corriqueiras, são todas filhas nascidas na mesma maternidade: A incompetência.
E contra ela devemos nos insurgir com o conhecimento que uma arma poderosíssima nos proporciona: A EDUCAÇÃO!
É a minha opinião!
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